"Combate ao ritmo intenso, à longa
jornada e aos acidentes de trabalho são
prioridades do setor da alimentação"
"Combate ao ritmo intenso, à longa
jornada e aos acidentes de trabalho são
prioridades da nossa categoria, aos
quais daremos maior visibilidade na
mobilização nacional convocada pela
CUT para o próximo dia 15 em
Brasília", afirmou o presidente da
Confederação Nacional dos Trabalhadores
nas Indústrias da Alimentação (CONTAC),
Siderlei de Oliveira.
De acordo com Siderlei, que
também coordena o Instituto Nacional de
Saúde no Trabalho (INST), a
intensidade do ritmo imposto pelas
grandes empresas tem espraiado lesões e
mutilações no setor, chegando ao cúmulo
da sobrecarga se traduzir em mortes por
exaustão, como as de cortadores de cana
em São Paulo, fartamente documentadas.
“A falta de equipamentos de proteção e
de mínimas condições de segurança no
ambiente de trabalho são potencializadas
também pela impunidade, denuncia o
sindicalista, já que a fiscalização é
pouca e deficiente”.
“A contratação de um número maior de
fiscais do trabalho, esclarece
Siderlei, dialoga com outros dois
pontos da mobilização cutista como a
retirada imediata do Projeto de Lei
Complementar 01, que impõe um limitador
ao gasto com o funcionalismo. Como que o
Estado vai ser indutor do
desenvolvimento e ao mesmo tempo
disciplinar o crescimento, coibindo
abusos, sem que tenhamos recursos para
novas contratações? Com a redução dos
juros e do superávit primário, sobrariam
mais recursos".
Abuso
"Esta desumanidade das empresas em troca
do lucro vem espraiando doenças
neurológicas, como a depressão, que tem
afetado um grande número de mulheres,
particularmente nos frigoríficos
avícolas, onde há relatos de tentativas
de suicídio.
Soma-se a isso, à gravidade das lesões
por esforço repetitivo (LER), com a
necessidade de operações até mesmo no
cérebro, como é o caso da companheira
Valdirene João Gonçalves da Silva,
trabalhadora da
Seara/Cargill
em Forquilhinha-SC. E o que é ainda
pior, essa insegurança somada à pressão
chega a levar à morte, como a de
Marcos Antonio Pedro, em Sidrolândia,
vítima da mesma multinacional
norte-americana", revelou.
Na avaliação de Siderlei, é
fundamental a união do conjunto das
categorias, pois há uma agenda comum da
classe trabalhadora a ser defendida
junto ao governo e ao Congresso
Nacional: "Se existindo lei, os maus
empresários já abusam, imagine se
passasse a Emenda 3, rasgando a
CLT, retirando 13º, férias e FGTS.
Por isso é fundamental levantarmos bem
alto a defesa da manutenção do veto do
presidente Lula a essa emenda criminosa,
para não permitirmos nenhum retrocesso,
como querem alguns deputados e senadores
neoliberais".
"A CONTAC orienta a todas as suas
entidades filiadas a jogarem peso na
mobilização para o ato, levando para
Brasília faixas e materiais que
caracterizem a luta do setor para
defender direitos e avançar nas
conquistas", concluiu Siderlei.
Leonardo
Severo
Confederación
Nacional
de
los
Trabajadores
en
las
Industrias
de
la
Alimentación
y
Agroindustrias
6 de
agosto
de
2007 |
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