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Conselho Nacional Ordinário do STIASRM
A indústria
açucareira
no labirinto do
NAFTA |
Aproximadamente 500 delegados de todo o país lotaram
o Centro de Convenções José María Martínez (Chema),
do hotel “Los Ángeles Locos de Tenacatita”,
em Jalisco, propriedade do Sindicato dos
Trabalhadores da Indústria Açucareira e Similares da
República do México (STIASRM). O Conselho ocorreu em
uma conjuntura extremamente dramática para o setor
açucareiro, encurralado pelo xarope de alta frutose
originário dos Estados Unidos, pelo problema do
contrabando e pela negligência dos industriais
Em seu relatório, Enrique Ramos Rodríguez,
secretário geral do Sindicato, enfatizou a questão
das condições impostas pelos “Estados Unidos
ao comércio do açúcar mexicano dentro do Tratado de
Livre Comércio da América do Norte (NAFTA),
bem como ao seu agressivo esquema de exportações de
xarope de milho de alta frutose, que continua sendo
um competidor desleal e arteiro ao nosso açúcar,
devido ao seu baixo preço e por estar facilmente
disponível na quantidade que se necessitar,
considerando os níveis de produção de milho
alcançados pelos EUA, situados em torno de 270
milhões de toneladas anuais”.
O líder do setor açucareiro também disse que em
2008, com a abertura total do comércio agrícola com
os Estados Unidos, “teremos que enfrentar o
impacto que isso implicará, e para nós serão
cruciais as condições produtivas e de
competitividade que alcançaremos até aquela data. O
que menos gostaríamos, -prosseguiu Enrique Ramos-
é de que nós, que atuamos na atividade da
cana-de-açúcar, nos convertêssemos em meros
espectadores da função neoliberal da tomada do poder
comercial e produtivo dos diversos ramos da economia
de nosso país”.
Em sua explanação, Enrique Ramos
ressaltou a necessidade de que todos os interessados
do setor açucareiro coordenem ações visando
salvaguardar a produção e os milhares de postos de
trabalho diretos e indiretos. “Convém fazermos uma
aliança nacional estratégica dos setores do ramo
industrial, para tentar conter a invasão de produtos
que vem por aí”, alertou.
No relatório, foram conhecidos os resultados
notáveis das últimas três safras, numa quantidade
suficiente para satisfazer a demanda interna e fazer
frente aos compromissos comerciais com o exterior.
Em 5 de maio passado, a safra 2006-2007 havia
chegado a 4.520.000 toneladas de açúcar, com um
rendimento médio nacional de 10,77 %. Entretanto,
apesar da produção ser suficiente para o mercado
interno, continua entrando açúcar de contrabando
procedente do Brasil, da Costa Rica e
da Guatemala, sem que o governo tome medidas
a esse respeito, o que está afetando a colocação da
produção nacional.
Em relação às últimas safras, Enrique Ramos
assinalou que, com as vitórias obtidas, “fica claro
que nós operários temos participado com o melhor
trabalho, a maior responsabilidade, e boa atitude em
relação aos objetivos das empresas, e estes
resultados se constituíram no apoio moral do
Sindicato para apresentar sua pauta de
reivindicações e exigir dos industriais o
cumprimento dos mesmos.
A cada meta produtiva fixada pelos empresários, nós
contribuímos para alcançá-la, e é justo que seja
levada em conta a participação dos operários nestes
propósitos, assim como na distribuição dos
benefícios que geram. Estamos produzindo mais açúcar
com um melhor rendimento de fábrica, o preço do
açúcar aumentou dramaticamente e com isso a
rentabilidade das empresas, mas nem assim os
industriais reconhecem a nossa participação como
fator produtivo. Com isto manifestamos, uma vez mais
- frisou Ramos-, que continua viva a luta
interminável entre aqueles que querem mais lucros e
os que, como nós, pedem maior justiça social”,
concluiu o secretário geral do Sindicato.
No México,
Gerardo Iglesias
©
Rel-UITA
28
de maio de 2007 |
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