Por não aceitarem
índice de reajuste imposto pela usina, cortadores de cana foram mandados embora.
Sindicato denunciará ao MP perseguição aos trabalhadores
O resultado das
negociações do Acordo Coletivo deste ano entre trabalhadores rurais do setor de
corte de cana e a usina Gasa - pertencente ao Grupo Cosan - em Andradina,
terminou com saldo negativo para a classe trabalhadora.
Além de não conseguirem a majoração no valor do
piso salarial para os R$ 560,00 que era reivindicado no início, e,
posteriormente, para R$ 540,00 em meio às negociações, ainda houve a demissão
sumaria de aproximadamente 400 trabalhadores rurais.
O impasse teve inicio na terça-feira, 29/07, quando o quadro
total de cortadores de cana da usina – cerca de 600 funcionários - resolveu
parar suas atividades manifestando contra o índice de reajuste de 7% oferecido
pela destilaria. O percentual corresponde ao aumento do piso para R$ 508,00. A
mesma proposta já havia sido rejeitada por duas vezes pelos trabalhadores e a
usina se nega a oferecer um índice maior.
Na terça-feira à noite, de acordo com informações do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Andradina, representantes da usina,
acompanhados por um forte aparato de policias militares, foram até os
alojamentos dos trabalhadores migrantes para intimidá-los e assim, encerrar a
paralisação nas atividades. No dia seguinte, a usina já havia providenciado
ônibus para transportar os migrantes até seus locais de origem sem ao menos
promover o acerto de contas. No entanto, o Sindicato conseguiu impedir a ação da
empresa e manteve os migrantes no local até que fossem resolvidos todas as suas
pendências e direitos trabalhistas.
Dos 600 cortadores de cana, apenas 250 aceitaram a proposta
da usina e permaneceram no trabalho.
De acordo com Aparecido Bispo, presidente do Sindicato
de Andradina, será encaminhada ao Ministério Público denúncias de perseguição e
coação de trabalhadores por parte da usina. “Fatos desta natureza são comuns nas
unidades da Cosan, ou seja, o trabalhador aceita o que lhe é imposto ou
vai para o olho da rua. A empresa mostrou publicamente com essa demissão em
massa que não tem compromisso nenhum com seus próprios funcionários”, afirma
Bispo.
Segundo o sindicalista, não haverá nenhuma
manifestação do Sindicato quanto ao retorno das negociações do Acordo Coletivo
enquanto a indústria sucroalcooleira não revogar as demissaõ.
I-Sindical
11 de agosto de 2008
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