The Guardian:
embaixador brasileiro
rebate artigo |
O
jornal britânico The Guardian publicou, neste
sábado, uma carta do embaixador do Brasil na
Grã-Bretanha, José Mauricio Bustani, na qual ele
protesta contra uma recente reportagem que
qualificava os cortadores de cana brasileiros como
"escravos do etanol".
José Maurício Bustani
buscou defender a indústria
açucareira brasileira,
entretanto...Vale a pena ler
a reportagem ”Azúcar
Amarga”, onde Bruno
Ribeiro de Paiva, da
CONTAG, dá uma
entrevista sobre as
condições de trabalho no
setor açucareiro do
Brasil. Aliás, Senhor
Embaixador: quanto mais se
esclarece, mais sombrio fica! |
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A reportagem, realizada em Palmares Paulista (SP) e
publicada no dia 9 de março, dizia que a indústria
brasileira do etanol está "apoiada sobre um
exército de 200 mil migrantes pobres" que trabalham
em condições que muitos classificam como similar à
escravidão.
Em sua carta, Bustani diz que os cortadores
de cana "são livres para ir e vir, e têm direito
a se filiar a sindicatos". "No Estado de São
Paulo, o foco do artigo, quase 90% dos 400 mil
cortadores de cana estão na economia formal, o que
significa que eles gozam de direitos trabalhistas",
segue a carta.
Longa jornada
O embaixador também responde à afirmação da
reportagem do The Guardian de que os
cortadores de cana enfrentam turnos de 12 horas e
ganham cerca de R$ 2 pela tonelada de cana cortada.
"O governo brasileiro reconhece o problema das
longas jornadas dos trabalhadores, que são
remunerados por produção, e está acelerando medidas
de regulamentação para protegê-los", diz Bustani,
em sua carta ao jornal.
O The Guardian também havia criticado o fato
de os trabalhadores virem do Nordeste para serem
empregados apenas na época da colheita, o que
Bustani reconhece ser verdade.
Brasil
27-04-2004
Açúcar
amargo
Com Bruno Ribeiro
de Paiva
Por Gerardo Iglesias |
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Mas ele afirma que esta é uma realidade em extinção.
"O emprego sazonal está em declínio, por causa da
intensa mecanização e do melhor treinamento dado à
mão-de-obra permanente", diz.
O embaixador termina a carta dizendo que a
reportagem "dá a entender que existe uma falta de
preocupação geral com o bem-estar dos cortadores e
seus familiares".
"Mas o fato é que as usinas de cana do Brasil mantêm
mais de 600 escolas, 200 creches e 300 postos de
saúde", conclui.
BBC Brasil *
18 de março de 2007
* A Rel agradece ao Jair Krischke
o envio desta notícia.
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