A
cervejaria e engarrafadora chilena Companhia Cervejarias Unidas (CCU)
acaba de assinar um contrato para adquirir a totalidade das ações da
Investidora Cervejeira S.A. (ICSA), por intermédio de sua filial
na Argentina, a Companhia Industrial Cervejeira (CICSA). A
operação foi estimada em 88 milhões de dólares.
A
ICSA é proprietária, entre outros ativos, das marcas de cervejas (Bieckert,
Palermo e Imperial entre outras) que captam aproximadamente
5,8 por cento do mercado. Sua fábrica de cervejas está instalada em
Luján (província de Buenos Aires), contando com uma capacidade anual
de produção de 2,7 milhões de hectolitros. A firma é presidida por
Ernesto Gutiérrez, acionista majoritário, acompanhado por Eduardo
Eurnekian, que também controla Aeroportos Argentina 2000 e o
aeroporto de Montevidéu (Uruguai).
A CCU
é a
maior cervejaria do Chile (com as marcas Austral,
Budweiser1,
Paulaner, Cristal, Heineken) e a segunda da
Argentina. Além disso, em seu país de origem é a terceira maior
produtora de refrigerantes (Pepsi-Cola, 7UP, Canada Dry),
a segunda produtora de vinhos (Santa Helena, Altaïr,
Gato, San Pedro2)
e a maior engarrafadora de água mineral (PorVenir, Cachantun)
e sucos. Também produz e distribui o Pisco Mistral.
Somando Chile e Argentina, emprega mais de 4.300 pessoas e
o seu lucro líquido em 2006 chegou a quase 105 milhões de dólares.
A venda
da ICSA é a quinta estrangeirização de empresas argentinas na
última semana, as outras quatro foram a têxtil Alpargatas
adquirida pela brasileira
Camargo Correa;
a aquisição do frigorífico Quickfood pelo brasileiro
Friboi;
a compra por parte da indiana
ArcelorMittal
das ações que ainda não controlava na siderúrgica Acindar e a
rede de vendas de materiais de construção Blaisten, em poder do
Banco Galicia,
pela chilena
Cencosud.
O mercado argentino de cervejas
A venda
de cerveja no país vem aumentando de forma constante, passando de 6,1
milhões de hectolitros em 1990 a 14,6 milhões em 2006. A capacidade
instalada de produção aumentou, a partir da década passada, devido aos
investimentos dos grupos estrangeiros. O consumo supera os 38 litros por
habitante/ano, e por isso deduzem que no setor o mercado nacional tem um
potencial de crescimento considerável, inclusive pela mudança dos
hábitos dos jovens e daqueles que integram a faixa da população de
menores recursos.
Em
2006, a Quilmes-Brahma liderava as vendas, com 71 por cento;
seguida pela Companhia Industrial Cervejeira (CICSA) filial do
grupo chileno Companhia Cervejarias Unidas (CCU)
com 16 por cento; e pela Investidora Cervejeira com 7 por cento e
finalmente a
Isenbeck
com 6 por cento.
A
cevada é o principal insumo da indústria cervejeira o que, junto com o
setor, sofreu expansão durante a década passada. A norte-americana
Cargill
realizou um investimento de 50 milhões de dólares na construção de uma
malteria na localidade de Alvear, província de Santa Fé, com
capacidade para produzir 138.000 toneladas anuais, com a qual poderá
exportar, especialmente para o Brasil.
Por
razões climáticas, a Argentina é um produtor privilegiado de
lúpulo -talvez o único na América Latina- com plantações em Rio
Negro, entretanto a sua produção não consegue atender à demanda.
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