sectores

Enviar este artículo por Correo ElectrónicoFrigoríficos                           

    Uruguai

    EN DIÁLOGO
 

Com Felipe Carballo

Rel-UITA participa do Fórum do Setor das Carnes

"Inclusão, inovação

e trabalho para todos "

  

Carballo tem uma longa relação com a Rel-UITA, desde a época em que fazia a colheita de laranjas no departamento de Salto, onde foi fundador de sindicatos e denunciou a exploração selvagem e a contaminação maciça dos trabalhadores. Hoje é deputado da base governista e dialogou com Sirel para explicar a sua iniciativa de realizar o "Fórum do Setor das Carnes Uruguaio”, que terá lugar na quinta-feira 2, em Montevidéu.

 

-Como surgiu a ideia de organizar este Fórum?

-Desde o início de 2010, tínhamos proposto, na Comissão de Indústria do Parlamento que integramos, percorrer todo o país para conhecer em primeira mão a situação da indústria uruguaia. Neste contexto, visitamos vários frigoríficos em diversos pontos do país.

 

Naqueles meses, além disso, este setor atravessava uma conjuntura muito difícil em que praticamente, a cada semana, surgiam notícias de que mais e mais trabalhadores e trabalhadoras eram encaminhados ao seguro desemprego, quando já se tinha como certa uma operação de exportação de grandes quantidades de gado em pé para a Turquia, além de outros problemas que fizeram disparar todos os alarmes.

 

Ali foram gerados níveis de negociação entre trabalhadores, empresários e governo em que nós participamos como representantes da Comissão de Legislação e Trabalho.

Temos de discutir a melhor forma de distribuir a riqueza que tem se multiplicado muito. Há alguns anos, uma tonelada de carne custava 1.500 dólares e agora custa 4.000

  

Desta forma, foi sendo amadurecida a ideia de abrir um espaço de intercâmbio entre todos os interessados ​​pela atividade, que agora adquiriu esta forma de Fórum do Setor das Carnes do Uruguai do Fórum, previsto funcionar com o apoio do Instituto Nacional de Carnes (INAC), do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP), e dos trabalhadores organizados, especialmente o Sindicato Frigorífico La Caballada.

 

-Quem participará?

-Temos confirmada a presença do Presidente da República, José Mujica, a participação de sete Ministérios e de representantes dos produtores, da indústria frigorífica, e dos trabalhadores.

 

-Qual é o objetivo deste fórum?

-Gerar os insumos necessários para um debate político que permita avançar em soluções para o setor e, fundamentalmente, colocar o Parlamento à frente de um tema extremamente importante para o Uruguai, com o objetivo de aprofundar as políticas públicas que a atividade requer.

 

-A conjuntura crítica do ano passado já não existe, a tal ponto que este é um dos setores de maior renda no país ...

-E este é outro aspecto que devemos abordar, a distribuição da riqueza que tem se multiplicado muito,  comparada aos anos anteriores.

 

Anos atrás, uma tonelada de carne custava 1.500 dólares e agora custa 4.000. Já há algum tempo surgiram grandes investimentos, em que pese serem todos estrangeiros, mas dinamizaram a atividade. Obviamente, durante o Fórum vamos ouvir opiniões diferentes e talvez mesmo discordantes, mas isso é que enriquecerá o intercâmbio. Talvez seja possível encontrar algo assim como uma cláusula de gatilho que se possa disparar a partir de determinado preço internacional por tonelada, para repartir de maneira mais ampla este excedente.

 

Além disso, recentemente foi dada meia sanção parlamentar para a Lei de Parceria Público Privada, e este Fórum seria um bom momento para se pensar sobre as alternativas que podem ser encontradas, juntamente com os produtores, para utilizar estes novos marcos jurídicos no setor.

Se somarmos todos os trabalhadores e trabalhadoras do setor aos quais o governo está pagando o seguro-desemprego, equivaleria ao pessoal necessário para montar um grande frigorífico, com cerca de 2 mil funcionários.

 

Temos certeza de que se somarmos todos os trabalhadores e trabalhadoras do setor aos quais o governo está pagando o seguro-desemprego, equivaleria ao pessoal necessário para montar um grande frigorífico, com cerca de 2 mil funcionários.

 

Também queremos reunir insumos para a análise de como agregar valor à carne, para que o gado não receba apenas quatro cortes e seja metido dentro de um saco para ir direto à exportação. Temos de ver se encontramos uma maneira de gerar mais trabalho e mais renda para os uruguaios.
 

-Por que a Rel-UITA foi convidada para participar desta atividade e o que se espera dela?

-Há muitos anos que nós conhecemos a seriedade com que a UITA trabalha a nível nacional e internacional. Sabemos da sua forte vinculação com os trabalhadores da indústria frigorífica no país e o apoio internacional que lhes está sendo dado.

 

Também recebemos informações sobre as diversas instâncias de intercâmbio e encontro que a Rel-UITA organizou com relação a este setor, sendo a última no ano passado em Buenos Aires, Argentina, onde se formou a Coordenadoria dos Trabalhadores do Mercosul do Setor das Carnes.

 

A Rel-UITA compartilhará sua experiência com dezenas de organizações da Região que representam o setor e isto sempre será bem-vindo.

 

 

En Montevideo, Carlos Amorín

Rel-UITA

2 de junho de 2011

 

 

 

 

Foto: Rel-UITA

Volver a Portada

  

  UITA - Secretaría Regional Latinoamericana - Montevideo - Uruguay

Wilson Ferreira Aldunate 1229 / 201 - Tel. (598 2) 900 7473 -  902 1048 -  Fax 903 0905