A Federação dos Trabalhadores da Indústria da
Alimentação do Estado de São Paulo (FETIASP), que
coordena a campanha salarial de cerca de 50 frigoríficos
em todo o estado, incluindo os do Grupo Marfrig (o
terceiro maior do mundo), está mobilizando os
trabalhadores e realizando assembléias por turnos,
porque a negociação coletiva, que começou no início
deste mês, está estagnada. Sirel conversou brevemente
com Melquíades de Araújo, presidente da Federação, que
nos informou as causas deste impasse e quais serão as
ações que tomarão se não houver progressos antes do
final de maio
- Como está evoluindo a negociação coletiva do setor
frigorífico em São Paulo?
- A negociação
neste setor começou no início deste mês, tendo sido
realizada uma primeira reunião com a patronal que levou
como proposta salarial um aumento baseado em 75 por
cento do total da inflação para os últimos doze meses, o
que significa 4,5 por cento de aumento salarial.
Os trabalhadores pedem um aumento real da ordem de 8 por
cento, quase duas vezes o que o empregador oferece.
Devido a isto, vários sindicatos começaram a fazer
assembléias por turnos, como uma medida para pressionar
a patronal para melhorar a sua proposta original e
fornecer um aumento real de salários.
- Vocês tiveram alguma resposta depois que as
manifestações começaram?
Não, a câmara empresarial do setor ainda não se
manifestou e não programou uma nova reunião. No momento,
estamos aguardando, já que as negociações serão mantidas
durante todo o mês de maio.
De todas as formas, permanecemos em alerta e em
constante mobilização, nos preparando para uma possível
greve a nível estadual, no caso de os empresários não
melhorarem a proposta de 4,5 por cento, que não cobre
nem o índice de inflação.