Europa

CONTRACS participa da reunião

do Comitê Europeu do Grupo Accor

 

 

Juntamente com diversos países, o Brasil participou da reunião do comitê europeu do Grupo Accor através da companheira Lucilene Binfeld, representando a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio e Serviços (CONTRACS/CUT) como observadora e o comitê da rede Accor Brasil.

 

Países como Bélgica, Alemanha, França, Itália, Polônia, Suécia e Holanda, que compõem o comitê, participaram do evento coordenado pela União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação, Agricultura, Hotéis, Restaurantes, Tabaco e Afins (UITA).

  

As discussões se concentraram em três temas principais: as consequências sociais das decisões do grupo em relação à redução de custos, situação atual e perspectivas; as condições de trabalho das camareiras e a gestão de riscos, que abrangerá a gestão de riscos naturais e os vinculados ao fator humano.

  

Além dos debates, várias reuniões dos membros aconteceram para discutir os problemas sindicais existentes nos hotéis e empreendimentos da rede Accor.

  

Problemas apontados

 

Entre os problemas abordados e rechaçados por todos os países presentes estão as questões trabalhistas e práticas antisindicais da empresa.

 

A discussão sobre as camareiras foi unânime. Todos os presentes concordaram ser desumano as camareiras fazerem de 20 a 25 camas por dia. Segundo os (as) trabalhadores (as) presentes, as camareiras estão adoecendo a cada dia pelo esforço que realizam ao levantar colchões pesados e ao arrumarem as camas. Além desse trabalho extenuante, ainda são obrigadas a atuar em outros serviços.

 

Da mesma forma com a redução do número de funcionários –que segundo a empresa foi por causa da crise– muitos funcionários estão desempenhando funções para as quais não foram contratados.

 

Já o problema enfrentado pelos movimentos sindicais como as práticas antisindicais da empresa, especialmente em Toronto, no Canadá, gerou polêmica.

 

Os dirigentes da organização sindical canadense Unite Here! Debbie Anderson e Henry Tamarin, trouxeram a problemática da prática antisindical da empresa no processo organizativo dos trabalhadores. Pressão, ameaças de desemprego e até cartas entregues pessoalmente pela empresa na residência dos trabalhadores foram táticas utilizadas pela empresa para não permitir a criação do sindicato.

 

Diante disso, o comitê elaborou um documento exigindo que a rede Accor permita a organização de seus trabalhadores, lembrando o acordo sobre direito de organização sindical firmado pela empresa com a UITA em junho de 1995.

 

Contradições

 

Durante as reuniões e exposições do comitê ficou bem claro dois lados distintos: o lado da empresa e o lado dos trabalhadores.

 

Na questão das mulheres, entre elas as camareiras, a empresa apresentou uma pesquisa onde todas as trabalhadoras diziam aceitar as práticas empresariais e gostar de trabalhar na empresa. No entanto, a própria pesquisa se conflitou com os relatos que diversos trabalhadores do comitê apresentaram durante as reuniões. Para eles, a realidade é totalmente diferente.

 

E a empresa deve dialogar com o comitê e os sindicatos para resolver a situação.

 

Para nós da CONTRACS e do Comitê dos trabalhadores da Accor no Brasil –Projeto CutMulti– foi importantíssimo participar da reunião do comitê europeu. Percebemos que a prática antisindical e perversa da empresa Accor está em toda parte, explorando cada vez mais os trabalhadores e implacando suas práticas antisindicais.

 

O Comitê dos trabalhadores da Accor no Brasil, juntamente com a CONTRACS e a CUT, se solidarizou nas ações e assinou os dois documentos.

 

“Se a empresa tem estratégias globais para explorar os trabalhadores em busca de seus lucros, nós trabalhadores e nossos sindicatos também devemos nos unir e fortalecer nossa luta, garantindo os direitos conquistados e buscando sua ampliação”, finalizou Lucilene Binsfeld.
 

 

CONTRACS

Confederación Nacional de los Trabajadores

del Comercio y Servicios

30 de outubro de 2009

 

 

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