Argentina

Com Norberto Latorre

UTHGRA assina acordo

     

A União de Trabalhadores de Hoteis e Gastronômicos da República Argentina (UTHGRA) obteve um aumento salarial de 35 por cento para o período. O Sirel dialogou com Norberto Latorre, tesoureiro da União e presidente do setor HRCT da UITA, que comentou os detalhes do acordo e os detalhes de um convênio pendente com as principais redes hoteleiras.

 
-Como se chegou a este acordo?

-A negociação começou em abril, e foi um cabo de guerra. O sindicato adotou algumas medidas de pressão, como piquetes, manifestações e o fechamento de alguns locais. Felizmente, em todas as manifestações a polícia não interveio como em épocas anteriores. 


As medidas foram aplicadas em pontos estratégicos, onde havia um grande número de pessoas que tiveram que nos escutar:
Las Cañitas, Puerto Madero, Palermo Hollywood  e  pontos turísticos no interior do país.
 
Finalmente, na
quinta-feira da semana passada, chegamos a um acordo com o Federação Empresarial de Hotelaria Gastronômica (FETGHRA) relativo a um aumento gradual de 35 por cento, que serão aplicados a partir de junho, com um aumento inicial de cerca de 20 por cento e aumentos progressivos de dois por cento por mês até atingir esses 35 por cento.

 
A isto é preciso acrescentar os adicionais: 10 por cento pela presença, 12 por cento como complemento de serviços e 10 por cento para alimentação.
 
-Qual é a sua análise sobre este processo de negociação?
-Foi um processo que demorou mais do que o habitual, onde se pôde perceber a interferência perniciosa do governo, representada pela figura de um único empresário que recusou o acordo e fez vários tipos de manobras dilatórias, tendo sido muito difícil negociar com essa pessoa.
 
Os sindicatos aliados ao governo estão recebendo muito menos e considero que foi uma decisão política que afetou o processo de negociação.
 
Por outro lado, penso que antes de maio do próximo ano teremos que sentar e negociar de novo, pois possivelmente haverá uma nova onda de aumentos e isso afetará os salários reais dos trabalhadores.
 
-Vocês continuam a negociar com as grandes redes hoteleiras, e em que nível está este processo?
-Na terça-feira, 6 de junho, acabou o prazo da conciliação obrigatória, determinada pelo Ministério do Trabalho para a negociação que estamos mantendo com as redes de hotéis cinco estrelas. Aguardamos a proposta dos empresários e estaremos em alerta. Se não se chegar a um acordo, começaremos a adotar medidas de força.
 
-No ano passado, ocorreram episódios de violência contra a UTHGRA... Vocês temem que isto se repita se o acordo não for assinado com as grandes redes de hoteis?
-Esperamos que não, mas estamos preparados, porque a forma como estes empresários têm nos tratado e o desgaste que nos fizeram passar, causam muita indignação. 
Os argumentos apresentados para não aceitarem o acordo são relativos aos prazos e não às porcentagens.

 

-Quais são as suas expectativas para essa negociação?
-Vai ser uma negociação difícil, os hotéis cinco estrelas em Buenos Aires estão cercados por tapumes, como se estivessem esperando pela mobilização dos trabalhadores. É uma vergonha que se retraiam assim, antes mesmo de se sentarem para negociar. Isto é, sem dúvida, uma perda para o turismo.


Espero que as empresas hoteleiras tenham consciência e assinem, finalmente, o que já foi acordado com a FETGHRA, tendo em vista que o solicitado não é nenhuma exorbitância. Há que considerar que o salário básicode um trabalhador de hotel é de 1.600 pesos argentinos, cerca de 400 dólares mensais.

 

 

Em Montevidéu, Amalia Antúnez

Rel-UITA

12 de julho de 2010

 

 

 

 

Foto: Rel-UITA

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