Depois de resolver
uma série de inconvenientes burocráticos, que não minaram a sua determinação em
construir um grêmio representativo e democrático, o Sindicato Nacional de
Trabalhadores da Empresa Pesquera Diamante SA (SINTEPDSA) foi registrado no
Ministério do Trabalho, e sua pujante diretoria representará os trabalhadores
por um período de dois anos.
A
Pesquera Diamante SA
é uma empresa líder no
setor pesqueiro
e uma das maiores do Peru. Em
2009, exportou um total de 146,22 milhões de
dólares, 8,52 por cento a mais do que em 2008, ocupando o quarto lugar entre as
empresas exportadoras nesta rubrica.
Para
Julio Falla,
presidente do setor de Alimentação, Bebidas e Afins da Confederação Geral dos
Trabalhadores do Peru (CGTP-ABA), a formalização de uma nova organização
nacional permitirá que se trabalhe pela estabilidade e por melhores condições de
trabalho, conquistas que irão beneficiar não só os
seus filiados, mas também, e de forma muito importante, os trabalhadores
de outras empresas de conservas do país, que passarão a tê-los como referência,
um modelo a seguir.
-Nasceu um novo sindicato. Foi muito difícil criar o sindicato?
-Os
trabalhadores decidiram que seria o sindicato da fábrica de Pisco, a 250
quilômetros ao sul de Lima, aquele que reformularia os seus estatutos para se
tornar um sindicato nacional. Após esta mudança, os outros sindicatos se
dissolveriam para que seus membros se filiassem à nova organização, mas
autoridades do Ministério do Trabalho em Pisco comunicaram que os sindicatos
nacionais devem se inscrever na sede central, localizada na
capital. Imediatamente, os dirigentes modificaram a estrutura de sua
documentação e fizeram as gestões necessárias.
-Quais bases
compõem o Sindicato?
-A
Pesquera
Diamante
possui sete fábricas, sendo três localizadas ao norte de Lima, uma em Callao e
três no sul. Atualmente,
o sindicato é composto por trabalhadores da fábrica Samanco e da fábrica Supe,
localizadas a 400 e 200 quilômetros ao norte de Lima, respectivamente.
Uma vez formado o SINTEPDSA, sua pauta de
reivindicações
incluirá as
reivindicações dos trabalhadores de ambas as plantas. Pelo
menos para eles, pautas dispersas serão coisas do
passado. Temos certeza de que os sindicatos de outras fábricas irão se
unindo à organização nacional. Por
outro lado, a discussão com a
empresa para
negociar a pauta de reivindicações articulará as demandas dos trabalhadores das
duas fábricas, que poderão conseguir mais benefícios e melhorar as condições
econômicas e de trabalho.
Isto se torna
um grande avanço em um forte setor da história trabalhista no Peru. Como
CGTP-ABA estamos comprometidos em apoiá-los e a lhes
prestar a assistência necessária, tanto nas negociações como na capacitação de
novos quadros dirigentes e, nesta atividade tão importante como é a
formação sindical, temos a certeza de que contaremos com
o apoio da UITA, em
especial do seu
secretário regional, Gerardo Iglesias.
-Você
assinalou que o setor pesqueiro foi forte ...
-Tanto o setor têxtil
como o pesqueiro foram duramente atingidos pelo regime de Alberto
Fujimori. Agora estamos avançando pouco a pouco na organização dos
trabalhadores deste setor, e esperamos que, num futuro não muito distante,
estejamos criando uma coordenação de trabalhadores de conservas de peixe no
país. O
setor pesqueiro peruano é composto por mais de 400 empresas.
-Como a notícia foi recebida pela
Pesquera
Diamante?
-Comunicou-se à empresa que os trabalhadores,
exercendo seu
direito legítimo, constituiram uma organização nacional. A
prática tem nos mostrado que só teremos voz se estivermos unidos, esta é a força
de qualquer organização que aspira melhores condições de trabalho para seus
filiados, um adequado nível de vida e respeito pelos seus direitos.
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