Num cenário de conflito prolongado na província de
Misiones e em um contexto cada vez mais renhido, os
operários da indústria fumageira, nucleados na
Federação de Trabalhadores do Tabaco da República
Argentina (FTTRA), enfrentam demoras nas negociações
dos convênios coletivos para o setor e o fechamento
de uma fábrica de separação e seleção em Bompland
Liz. Sirel entrevistou Juan Martini, secretário
geral da Federação, que fez comentários sobre a
atual situação e sobre as medidas que, como
sindicato, estão adotando.
-Como está a situação atual do setor fumageiro?
-Estamos enfrentando vários problemas com a
separação e seleção do tabaco, há algumas empresas
que não estão querendo cumprir com o mínimo
indispensável, nem respeitar os direitos básicos do
trabalhador. O que aconteceu de fato, na província
de Misiones, é que uma fábrica de separação e
seleção foi fechada, deixando a maioria das famílias
da localidade sem trabalho. Esta situação se agravou
quando - de dezembro a fevereiro - os trabalhadores
estavam retendo o produto, como medida de força para
garantir as indenizações, mas foram desalojados pela
força pública.
-De quantos companheiros estamos falando?
-São aproximadamente 47 trabalhadores, mas isso
significa quase a totalidade das famílias da
localidade.
-Que medidas, como sindicato, foram tomadas?
-Realizamos a denúncia ao Ministério do Trabalho e
ao Governo da Província, e estamos pressionando para
ver como se resolve a situação destes trabalhadores,
para que lhes paguem o que lhes é devido e que os
recoloquem nas demais cooperativas da região.
Além disso, a empresa está sendo convocada para
assinar um acordo junto às autoridades competentes.
|