Rel-UITA e
ALBA SUD assinaram Convênio de colaboração
Compreensão global do setor HRCT é
imprescindível para o trabalho sindical |
Ernest Cañada é coordenador da ALBA SUD, uma associação catalã
especializada em pesquisa e comunicação para o desenvolvimento,
muito atenta aos processos de "turistização" das sociedades. Com
ele, Sirel conversou após sua apresentação na XIV Conferência
Regional Latino-Americana da UITA.
-Quais
foram as suas impressões ao final desta
Conferência?
-A verdade é que gostei muito de participar deste evento. Foi o
encontro de uma grande família, um tempo para se unir e
compartilhar.
Para mim houve dois
momentos particularmente interessantes. Por um lado, as oficinas
específicas dos setores, o que nos permitiu conhecer o que está
acontecendo em cada país, quais são as suas lutas, seus problemas e
experiências.
Além disso, houve uma apresentação de imagens nas quais
apareciam as pessoas em suas marchas, em suas manifestações, sempre
com a bandeira da Rel-UITA. Foi um momento importante de
reconhecimento coletivo, entre companheiros e companheiras.
-Quais foram os elementos que você mais destacou em
sua apresentação?
-Eu quis destacar as principais características e a dinâmica do
turismo internacional além de chamar a atenção para algumas questões
fundamentais para o trabalho sindical.
Acredito ser fundamental entendermos como estão mudando as
formas de gestão e financiamento das grandes transnacionais do
turismo. Da mesma forma, devemos estar cientes das implicações
globais dos processos de "turistização" de muitas
sociedades, especialmente nas zonas costeiras.
Esta compreensão global é imprescindível para poder levar a
cabo um sindicalismo de caráter sócio-político, que é o que
realmente precisamos.
Finalmente, acho que devemos levar em consideração os desafios que o
setor do turismo enfrenta hoje, ligados às mudanças climáticas e ao
fim da era do petróleo barato.
O aumento no custo do transporte aéreo internacional se deslocará
para outros fatores da indústria do turismo e, muito provavelmente,
repercutirá em uma maior pressão sobre o trabalho, procurando formas
de cortar custos e, assim, manter os benefícios das grandes empresas.
-Qual, em sua opinião, deve ser o foco do trabalho da
Rel-UITA no setor HRCT?
-A meu ver é muito inteligente de parte da Regional priorizar o
aumento da filiação sindical. Esta é a chave. Sem organização
sindical não pode haver defesa dos direitos dos trabalhadores. Em
segundo lugar, se destaca a necessidade de lutar contra a
terceirização.
A estas duas tarefas, devemos acrescentar uma terceira: a de
integrar o conjunto dos trabalhadores do setor turismo e com isso
quero dizer especialmente a integração dos trabalhadores da
construção, que são os que fazem estes hotéis e infra-estruturas, e
que vivem em uma situação de extrema vulnerabilidade e precariedade.
-Qual a relevância da assinatura do Convênio entre a Rel-UITA e a
ALBA Rel-SUD?
-A Rel-UITA está desempenhando um papel importantíssimo na
luta social e sindical da América Latina e do Caribe.
Para nós, é motivo de orgulho e enorme satisfação poder somar esforços
e consolidar a parceria que estamos desenvolvendo nos últimos anos.
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