Colombia

   

Galería 1

Galería 2

Resoluciones

+ INFO

37 Reunión del Comité Ejecutivo Latinoamericano de la UITA

Com Guillermo Rivera do SINTRAINAGRO
"Não vamos permitir o deslocamento de camponeses"
Projeto de mineração ameaça as populações locais

  

Os projetos de mineração a céu aberto, além de gerar sérios impactos ao meio ambiente, muitas vezes provocam o deslocamento forçado de populações inteiras e a perda de suas terras. Guillermo Rivera, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Indústria Agropecuária (SINTRAINAGRO), conversou com Sirel e alerta sobre a grave ameaça que paira sobre as populações camponesas e indígenas.
 

 

-Qual é o problema que está sendo vivido no departamento de Antioquia?
-Dois anos atrás, descobriram que há minas de carvão nos municípios de Necoclí, San Pedro de Urabá e Arboletes, no noroeste da Colômbia.
 
Trata-se de uma área rural onde vivem camponeses com pequenos tratos de terra, de 2 a 3 hectares, e que, historicamente, sobrevivem produzindo seus próprios alimentos.
 

Agora, com esta descoberta, o Instituto para o Desenvolvimento de Antioquia (IDEA), um organismo público descentralizado e de caráter departamental de promoção e desenvolvimento, obteve o título de quase 100 mil hectares de terra para fazer um estudo mais aprofundado sobre a presença destas reservas de carvão.
 
Além disso, assinou um acordo com empresa de consultoria em engenharia Geominas para avançar na titulação de 11 contratos de concessão, e negociou com companhias transnacionais coreanas e com um consórcio belgo-suíço.
 
Estas transnacionais estão interessadas em uma exploração superior a 500 mil toneladas por mês, na construção de uma ferrovia e de um embarcadouro em Arboletes. Trata-se de um investimento total de 46 milhões de dólares.

Os latifundiários não param de exercer pressão sobre os camponeses para que vendam as suas terras. Eles querem forçá-los a vender para depois oferecer as terras ao estado, a um preço muito mais alto.

 
-Quais são as principais preocupações do SINTRAINAGRO?

-O que estamos prevendo é que, para dar início ao projeto que irá beneficiar essas transnacionais, haverá a pressão por um deslocamento forçado das populações camponesas e indígenas da região.
 
Temos denunciado esta ameaça às autoridades locais para que intervenham diretamente e busquem uma alternativa a fim de não permitir um novo abuso contra as populações da região, o que poderia desembocar em situações de violência e confronto.
 
-Qual tem sido a resposta?
-Estamos dialogando. Reunimo-nos várias vezes com o governador departamental e com o gerente geral do IDEA.
 
Por outro lado, organizaremos um fórum em Urabá para levantar esta problemática e procurar soluções. Os impulsionadores do projeto nos disseram que todos os municípios envolvidos serão beneficiados. Vão lhes dar regalias que chegam a um máximo de 6 por cento da exploração de carvão. Uma quantia irrisória que, em nada, vai resolver o problema de quem vai ser deslocado por causa desta atividade.
 
-Qual é  proposta do SINTRAINAGRO ?
-Queremos instalar imediatamente uma mesa de discussão na região, para ver quais serão os mecanismos de proteção para a população.
 
Nós também queremos ver que garantias os habitantes desta região terão, para que isto não se converta em um foco de violência e exploração do povo, já que os latifundiários não deixam de exercer pressão sobre os camponeses para venderem suas terras.
 
Eles querem forçá-los a vender para depois oferecer as terras ao Estado, a um custo muito mais alto.
 
-Que passos serão dados no futuro?
-O SINTRAINAGRO está ajudando as populações a se organizarem, orientando-as para que não aceitem a negociação da terra e que não aceitem ser desalojadas.
 
Já vimos em outras partes da Colômbia, por exemplo, na região das minas do Cerrejón, no departamento de La Guajira, onde os camponeses e as populações indígenas foram deslocados sem nenhuma garantia social.
 
Isso é o que querem fazer em Urabá e, portanto, vamos manter a nossa posição até obter uma negociação e não vamos permitir o deslocamento das pessoas.



Em Bogotá, Giorgio Trucchi

Rel-UITA

2 de dezembro de 2010

 

 

 

 

 Fotos: Rel-UITA

 

+ INFO

Volver a Portada

  

  UITA - Secretaría Regional Latinoamericana - Montevideo - Uruguay

Wilson Ferreira Aldunate 1229 / 201 - Tel. (598 2) 900 7473 -  902 1048 -  Fax 903 0905