Brasil
Banco de horas está sendo excluído das negociações
sindicato-empregador |
O mecanismo do banco de horas pode estar com os dias
contados.
A
CUT está excluindo o banco de horas dos acordos negociados
por ela este ano.
O objetivo é impedir que a compensação de horas seja usada
pelas empresas para retardar a contratação de pessoal e
sequer colocar em discussão um novo pleito dos
trabalhadores, que é a redução da jornada de trabalho para
40 horas semanais.
Uma redução de 44 para 40 horas semanais pode significar,
segundo os sindicalistas, 2,8 milhões de empregos. O Banco
de horas foi criado em 1998, pela Lei 9.601, para permitir a
flexibilização da jornada do trabalho em momentos de queda
ou de alta da produção. Em períodos de crise, os
trabalhadores ficam em casa e a empresa acumula as horas
guardadas para usar depois, quando a economia reaquece.
Mantido num momento de aumento da produção, permite que os
trabalhadores façam uma jornada maior, paga como hora-extra
ou compensada num futuro pré-estabelecido.
Para Antônio Carlos Spis, secretário de Comunicação da CUT,
o banco de horas acabou sendo aceito nos últimos anos pelos
trabalhadores para evitar um mal maior, o do desemprego. Ele
disse que em 2004, com a recuperação da economia e as
negociações mais acirradas com os empresários, os
sindicatos, que negociam diretamente com as empresas, não
devem aceitar a imposição desse mecanismo. “Os acordos não
são eternos e não devem ser renovados. Não queremos nem
conversa sobre banco de horas no momento”, afirma Spis.
Bartira Betini
CONTRACS
31 de
agosto de 2004
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