Cerca de 500 assalariados rurais, empregados
da Usina Santa Cândida, paralisaram nesta
manhã de quinta-feira as atividades no corte
de cana das fazendas da empresa. O motivo da
paralisação, conforme relato dos
trabalhadores, é protestar contra as
péssimas condições de trabalho e –o mais
grave– a forma como os encarregados tratam
os trabalhadores, com constantes e
sistemáticas ameaças de retaliações e até
suspensões (ganchos) imotivadas,
procedimentos que caracterizam o assédio
moral.
“Ninguém pode ficar doente porque a empresa
não aceita o atestado médico”, desabafou um
dos trabalhadores, indignado com a situação
e clamando por seus direitos não apenas de
trabalhador, mas, “de ser humano, porque a
usina trata a gente como escravos ou
animais”, protestou.
Além de não respeitar os trabalhadores com
urbanidade, a empresa não cumpre com a
Convenção Coletiva da categoria,
especialmente em relação aos salários,
pois, segundo os trabalhadores, o que
recebem “está abaixo do que foi
estabelecido”. Os rurais recebem a atenção
do Sindicato de Empregados Rurais e da Federação dos Empregados
Rurais Assalariados no Estado de São Paulo (FERAESP).
A Usina Santa Cândida, conforme informações
dos dirigentes sindicais no local, acionou a
polícia com o objetivo de intimidar e
dispersar a ação dos trabalhadores. As
providências para a garantia do direito,
constitucional, de greve já é alvo da ação
sindical e jurídica, em especial por conta
do provável desrespeito à norma coletiva e
às leis do trabalho.
Além dos dirigentes e as entidades
sindicais, foram acionados o Ministério do
Trabalho e Emprego e o Ministério Público do
Trabalho.