Brasil

Multinacional Cargill abusa da truculência

 

 

Em greve desde quarta-feira (7), os trabalhadores reivindicam aumento real de salário, a diminuição do ritmo intenso de trabalho e melhoria no ambiente da fábrica, onde um número expressivo de empregados encontra-se lesionado pelo esforço repetitivo.

 

De acordo com o secretário-geral da CUT-SC, Neudi Giachini, “a Cargill vem abusando da truculência e da intransigência contra os trabalhadores desde quando assumiu a Seara no começo do ano”.

TRABALHADORES MANTIDOS

EM CÁRCERE PRIVADO

 

Trabalhadores da multinacional norte-americana Cargill - que assumiu o controle da Seara - estão sendo mantidos em cárcere privado no frigorífico avícola de Jaraguá do Sul, a cerca de 200

quilômetros de Florianópolis. A denúncia foi feita por cinco trabalhadoras que conseguiram escapar e registraram Boletim de Ocorrência contra a direção da empresa.

 

 

“Esse é o histórico dessa multinacional. Em Xanxerê, onde comprou a Ceval, também teve essa mesma prática de imposição, de não negociar. Aqui colocaram lonas pretas em volta da empresa e um som potente, para tentar impedir os companheiros de ouvirem a voz do Sindicato. Pior, contrataram um grande número de seguranças para impedir o livre trânsito dos trabalhadores”, denunciou.

 

TERRORISMO - O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Jaraguá, Sérgio Eccel, frisou que “a prática da multinacional é terrorista. Agora, contra nosso movimento reivindicatório, estabeleceu cordões e lonas pretas, colocou um som dentro da empresa, contratou um grande número de seguranças e colocou guardas até dentro dos ônibus”. Para completar, tentando furar a greve, a Cargill tem deslocado funcionários de outras unidades para conseguir manter o abate de cerca de 120 mil frangos/dia. “A empresa vai ter de responder também por isso, pois tal prática é um crime contra a organização dos trabalhadores”, acrescentou Eccel.

 

CRIMINOSOS - O presidente nacional da CUT, João Antonio Felício, defendeu uma fiscalização rigorosa da multinacional: “Foi com esse tipo de prática que a Cargill conseguiu saltar da 14ª para a 11ª colocação no ranking das maiores empresas em atividade no país. Estamos em contato com as autoridades e vamos ampliar a pressão para que tal conduta criminosa não fique impune”.

 

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação (Contac/CUT), Siderlei Oliveira, sublinhou que "é preciso que o poder público puna exemplarmente essa prática fascista, de coação e chantagem, que agride a toda sociedade brasileira".

 

Atendendo ao pedido dos sindicalistas, o delegado Regional do Trabalho Odilon Silva marcou para a próxima segunda-feira uma mediação de emergência.

 

 CONTAC - Noticia

12 de dezembro 2005

 

  

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