Brasil

CARGILL - Jaraguá do Sul

Fim da greve

Trabalhadores conquistam reajuste salarial

de 5,7% e estabilidade laboral

Momento da votação pelo fim da greve

 

Os trabalhadores da Seara Cargill, em greve há seis dias decidiram, no final da tarde de ontem (14), retornar ao trabalho a partir da madrugada de hoje. Aproximadamente 200 trabalhadores participaram da Assembléia na sede do Sindicato de Alimentação e a decisão de acabar com a greve foi quase unânime, com apenas cinco votos contrários e nenhuma abstenção. Durante toda a tarde a coordenação do movimento manteve contato telefônico com a direção da empresa na tentativa de chegar a um consenso. "Tivemos uma vitória política e a greve pode ser considerada histórica para Jaraguá do Sul e Região, porque buscamos e conseguimos a solidariedade da população, não houve qualquer destruição do patrimônio e, embora longe do que esperávamos, o acordo foi positivo", resumiu o presidente do Sindicato, Sérgio Eccel.

 

Os trabalhadores da Seara Cargill conquistaram 5,7% de reajuste salarial, elevando o piso para R$ 349,94, até 120 dias de trabalho na empresa, e para R$ 477,20 após esse período, embora a categoria como um todo ainda não tenha conseguido assinar a Convenção Coletiva de Trabalho. O sindicato patronal insiste no reajuste de 5,42%, ou seja, a reposição do INPC "seco", sem qualquer percentual de aumento real. Além disso, o comando de greve assegurou a estabilidade de todos os trabalhadores pelo prazo de 45 dias, sendo mantidas apenas três demissões por justa causa que, caso as trabalhadoras ganhem a ação na justiça em primeira instância, a empresa compromete-se a não recorrer ao Tribunal Regional do Trabalho. Os seis dias de paralisação não serão descontados, mas devem ser compensados em datas a serem definidas pela empresa.

 

 As reivindicações pelo fim do trabalho aos sábados e melhoria das condições de trabalho voltam à mesa de negociação a partir de 10 de janeiro de 2006.O presidente Sérgio Eccel também considera importante a garantia de que "nenhum trabalhador que fez greve será perseguido dentro da empresa. "Se alguma chefia ficar abusando dos trabalhadores, denunciem ao Sindicato que tomaremos as providências", enfatizou o presidente do Sindicato. A paralisação dos trabalhadores da empresa Seara Cargill iniciou na quinta-feira da semana passada e contou com o apoio e solidariedade de várias entidades sindicais do estado, da CUT/SC e da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Alimentação (Contac/CUT). "Este movimento amadureceu a consciência política dos trabalhadores, foi precedido de abaixo-assinados e de reuniões nas casas dos trabalhadores. Agora, não vamos deixar a chama apagar, o compromisso é de que cada trabalhador traga mais um associado de dentro da fábrica para cerrar fileiras na luta por melhores salários e condições de trabalho e junto com o Sindicato", conclamou Eccel.

 

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15 de diciembre de 2005

 

  

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