Argentina

A CGT se fortalece

Sindicalismo unido para apoiar

a luta pelo salário

Luis Barrionuevo

 

A Confederação Geral do Trabalho (CGT), presidida por Hugo Moyano, decidiu pela integração de um Conselho Diretor com outros nove dirigentes sindicais, que formarão uma sólida força orgânica e representativa de todos os setores, para

coordenar a luta de todas as organizações enquanto  se desenrolam as reuniões paritárias.

 

“Para ter força temos que estar unidos”. Esta verdade básica e fundadora do sindicalismo, que lamentavelmente nem todos aplicam, foi a que renovou a direção das agremiações que integram a CGT.

 

É por isso que, depois de três encontros recentes nas agremiações da UOCRA (construção), UOM (metalúrgicos) e UATRE (trabalhadores rurais), foi formada a “pequena mesa" da CGT, integrada por nove dirigentes de várias agremiações que irão considerar as ações e decisões em consenso com o seu líder, Hugo Moyano.

 

Esta é uma medida vital para o sindicalismo argentino num momento em que estão sendo discutidos, com as empresas e com o governo nacional, os aumentos de salário de todas as agremiações.  Este é um momento em que elas estão mais expostas a divisões internas, e a patronal e os meios de que dispõe podem se aproveitar da situação.

“Àqueles que diziam que a CGT estava se desmembrando, nós respondemos que está mais forte do que nunca. E aos de dentro estamos dizendo que haverá solidariedade e união. Não haverá diferenças entre sindicatos pequenos e grandes. Este é um salto qualitativo para solucionar nossas demandas”.

 

Gerónimo Venegas (UATRE)

 

 

Os integrantes deste novo Conselho Diretor da CGT serão, além de Moyano, dirigente dos caminhoneiros, Barrionuevo, da União de Trabalhadores do Turismo, Hoteleiros, e Gastronômicos da República Argentina (UTHGRA); Gerónimo Venegas, da União de Trabalhadores Rurais e Estivadores (UATRE); Andrés Rodríguez, da União do Pessoal Civil da Nação (UPCN); Gerardo Martínez, da União Operária da Construção da República Argentina (UOCRA); Antonio Caló, da União Operária Metalúrgica (UOM); José Luis Lingeri (Obras Sanitárias); Jorge Omar Viviani (Motoristas de Táxis); Vicente Mastrocola (Plásticos) e Roberto Fernández (Transporte Coletivo).

 

Desta forma, com uma ação combinada entre todos os sindicatos e filiados da CGT, buscar-se-á terminar com os conflitos salariais que ainda não foram resolvidos, consolidando o compromisso de não deixar que nenhuma agremiação filiada fique sozinha. Todas as ações serão decididas em consenso por este novo organismo, que receberá as preocupações das demais organizações e atuará em conjunto.

 

Para os sindicatos filiados à UITA, esta é uma grande conquista que, para dizer a verdade, partiu principalmente da direção de duas de suas organizações filiadas: Luis Barrionuevo, da UTHGRA, e Gerónimo Venegas, da UATRE.

 

Em conversa com o Sirel, Barrionuevo garantiu que “somente unidos poderão resolver os problemas do conjunto”. Adiantou, ainda, que as decisões tomadas serão inapeláveis “porque partirão de uma Central cuja direção é representativa de todas as áreas produtivas”.

Gerónimo Venegas

 

Garantiu também que “os protestos contra hotéis e estabelecimentos gastronômicos agora vão ser em massa, porque irão todos os trabalhadores, sem importar sua filiação, ajudar seus companheiros. Isso vai ser de enorme utilidade, porque as patronais se recusam a solucionar os conflitos”.

 

 Por sua parte, Gerónimo Venegas, secretário geral da UATRE, afirmou que “é um importante sinal que estamos dando para os de fora e os de dentro. Àqueles que diziam que a CGT estava se desmembrando, nós respondemos que está mais forte do que nunca. E aos de dentro estamos dizendo que haverá solidariedade e união. Não haverá diferenças entre sindicatos pequenos e grandes. Este é um salto qualitativo para solucionar nossas demandas”, destacou o dirigente sindical.

 

Segundo informaram os dirigentes sindicais ao Sirel, as primeiras ações do Conselho Diretor da CGT não se farão esperar. Já nesta próxima terça-feira 15, haverá reunião na histórica sede da rua Azopardo. A primeira coisa que farão será pedir uma convocação do Conselho do Salário Mínimo, com a intenção de que este seja elevado de 800 a 1.050 pesos (320 dólares); será acrescentado a isto, o aumento das gratificações familiares, a regulamentação do mínimo não tributável, a designação da delegação da CGT que participará na assembléia da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e o apoio ao próprio projeto de lei de acidentes de trabalho, que o governo ainda não encaminhou ao Congresso.

Em Buenos Aires, Javier Amorín

© Rel-UITA

11 de maio de 2007

 

 

 

 Fotos: Rel-UITA

 

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