Certos de que a atual crise financeira não foi gerada
pelos trabalhadores, mas sim pelos especuladores,
esclarecem que no Brasil grande parte dos
empresários, em momentos de crise do capitalismo, sempre
usou as demissões e cortes de benefícios para manter
seus lucros.
A maioria das empresas nos últimos anos teve lucros
exorbitantes, e vários segmentos continuam crescendo,
mesmo com a atual crise. Ainda assim, pressionam os
governos para obterem facilidades e benefícios. Sob o
argumento de que a crise econômica as atingiu, várias
empresas modificam jornadas para “flexibilizar” as leis
trabalhistas e, se isto ocorrer,
aumentará
o abismo entre a maioria dos mais pobres e a minoria dos
mais ricos deste país.
O salário do trabalhador brasileiro é um dos mais baixos
do mundo, pois, segundo o DIEESE, o salário
minimo para sobreviver no Brasil, em
janeiro/2009, seria de r$ 2.077,00. Isto mostra que os
trabalhadores vivem em crise econômica há muito tempo,
pois sempre receberam salário muito inferior ao mínimo
para atender suas necessidades básicas.
Os sindicalistas são contra demissões, reduções
salariais, flexibilização de qualquer direito e atitudes
patronais que reduzam conquistas trabalhistas como
justificativa de solução para a crise econômica, pois
isto reduziria o poder aquisitivo dos trabalhadores e
paralisaria a economia. Para enfrentar a crise é
necessário o aquecimento do mercado interno, mantendo-se
empregos e salários e assegurando-se o poder de compra
do trabalhador. Esta é a engrenagem que move a economia.
As prospostas dos sindicalistas para enfrentar a crise
são: - resistência às tentativas de golpe que pretendam
reduzir, excluir ou flexibilizar direitos trabalhistas,
pois as empresas que receberam benefícios e facilidades
do governo e tiveram altos lucros nos últimos anos têm
obrigação de manter os empregos e salários dos
trabalhadores; - redução da jornada sem redução de
salário; - estabilidade no emprego; - utilização do
dinheiro público para socorrer os trabalhadores e não
banqueiros e especuladores.
A posição das lideranças sindicais é de que Sindicatos,
Federações e Confederações convidem, em suas respectivas
bases, os representantes dos Poderes Executivos e
Legislativos, do setor empresarial, Ministério do
Trabalho e representação de trabalhadores, para
discutirem uma política de ação preventiva, para impedir
tanto demissões quanto redução de direitos trabalhistas.
Os sindicalistas mantèm-se abertos às negociações, mas,
jamais em detrimento da sobrevivência do trabalhador e
de sua família.
A classe trabalhadora não pode pagar, mais uma vez, pelo
custo da crise que ela não causou