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  EN DIÁLOGO  

Con Antonio Gonçálves Filho

Greve iminente

na Heineken, em Araraquara

  

Trabalhadores da Heineken, da cidade de Araraquara em São Paulo, estão em conflito com a transnacional por não chegarem a um acordo na negociação salarial. Sirel dialogou com Antonio Gonçalves Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (STIA-Araraquara) para conhecer a origem desta situação e as medidas que o Sindicato tomará a curto prazo.

 

 

-Quais são os antecedentes deste conflito?

-Faz pouco mais de um ano que a transnacional Heineken adquiriu as cervejarias Kaiser e Bavaria no Brasil, naquela época de propriedade da FEMSA. Se bem é verdade que negociar sempre foi difícil, de um tempo para cá ficou ainda mais complicado.

 

O que acontece é que os novos proprietários chegaram com muitas promessas: que a  Heineken em pouco tempo estaria entre as 10 maiores empresas do mundo e entre as 10 melhores do Brasil, etc., etc. Tudo isto é visando ao futuro.

 

Mas os trabalhadores visam a um presente melhor, sendo assim, a origem deste conflito é que não chegamos a um acordo com a empresa em termos de aumento salarial. Além disso, o mês estipulado para a negociação na Heineken é em março e estamos começando julho sem ver progresso.

Se a Heineken não melhorar sua proposta, os 140 trabalhadores da fábrica em Araraquara paralisarão suas atividades por tempo indeterminado.

 

Já na fábrica da empresa, em Ponta Grossa (Paraná), cuja data de negociação é em abril, a Heineken já assinou o acordo.

 

Isto causou grande mal-estar entre os trabalhadores, até porque os negociadores da empresa também disseram aos dirigentes sindicais de Ponta Grossa que não ofereceriam nem um centavo a mais para os trabalhadores de Araraquara.

 

Esta atitude demonstra uma total falta de respeito por parte da empresa.

 

-Qual é a reivindicação dos trabalhadores com relação aos salários?

-Estamos pedindo um aumento de 8 por cento, dado que a inflação do período foi de 6,3 por cento. A empresa quer 7,3 por cento de aumento salarial e também oferece um ticket alimentação no valor de 180 reais, enquanto os trabalhadores pedem 200 reais.

 

-Quando é que a Comissão Negociadora se reúne de novo?

-O Sindicato está enviando uma circular para a empresa, solicitando a reabertura das negociações. Esperamos que isto aconteça na próxima semana e que possamos chegar a um acordo.

 

Se a Heineken não melhorar sua proposta, os 140 trabalhadores da fábrica em Araraquara paralisarão as atividades por tempo indeterminado.

   

Em Montevidéu, Amalia Antúnez

Rel-UITA

4 de julho de 2011

 

 

 

  

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