Brasil
Com Carlos Silva Moreira
Trabalhadores da empresa Ting em greve por
tempo indeterminado
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Os trabalhadores e trabalhadoras da
empresa de conservas Ting, filiados ao
Sindicato dos Trabalhadores nas
Indústrias de Alimentação de Campinas (STIA-Campinas),
começaram na segunda-feira passada, dia
19, uma greve por tempo indeterminado. O
Sirel conversou com Carlos Reinaldo
Silva Moreira (Carlinhos), Secretário de
Relações Sindicais, Sociais, Esporte e
Lazer do sindicato, que nos relatou
quais os motivos da greve.
-Por que vocês entraram em greve?
-Já faz algum tempo que os trabalhadores
desta empresa de conservas estão se
aproximando do Sindicato para denunciar
a falta de diálogo com a companhia, que
se nega, categoricamente, a negociar as
cláusulas do Convênio Coletivo para o
período 2010-2011 e vem postergando a
assinatura do acordo desde abril.
Inicialmente, assim que o Sindicato
solicitou uma reunião com os
representantes da empresa, estes
solicitaram uma prorrogação para falar
com os trabalhadores. Nesta reunião, a
companhia disse que os trabalhadores,
que solicitavam uma melhoria em várias
cláusulas, eram a minoria.
Diante desta postura da empresa de
conservas, o STIA-Campinas desencadeou
uma série de manifestações para
demonstrar o erro conceitual da empresa;
não é a minoria dos trabalhadores e
trabalhadoras, mas sim a grande maioria,
cerca de 90 por cento concordaram com as
medidas do sindicato.
-Quais são as reivindicações que
vocês destacaram na negociação?
-Os trabalhadores estão solicitando
um aumento salarial de 10 por cento, que
a empresa lhes forneça alimentação e
mude o atual sistema da cesta básica
para o sistema de Tickets Alimentação e
que haja uma enfermaria dentro da
fábrica.
-Qual foi a resposta da empresa?
-Dia 12 de julho passado, solicitamos
uma nova audiência com a companhia,
dando um prazo, até quinta-feira 15,
para que se dispusessem a negociar de
boa fé o Convênio. Qual
a resposta? A companhia enviou o seu
assessor legal para comunicar ao
Sindicato que "dobrava a aposta” para
ver qual seria o atendimento à
convocação para as medidas de força a
serem implementadas pelo STIA.
Por tudo
isto, os trabalhadores já estavam
cientes de que, se a empresa não
aceitasse negociar, entrariam em greve
por tempo indeterminado; houve uma
assembléia no portão da fábrica e
parou-se a produção desde segunda-feira
passada, dia 19 de julho. É
importante destacar que, durante a
manifestação, a empresa chamou a polícia
para intimidar os trabalhadores e
trabalhadoras, enquanto os
representantes da empresa começaram a
insultar os dirigentes sindicais e a
dizer que era o Sindicato que não queria
negociar.
De qualquer forma não conseguiram o que
queriam, porque até hoje continuamos em
greve.
-Esta
empresa sempre foi tão
radical em lidar com o sindicato?
-O
STIA chegou à empresa em 2008,
visando organizar os trabalhadores. Nessa
altura, a fábrica de conservas não
estava pagando a Participação nos Lucros
e Resultados (PLR) e não
proporcionava a cesta básica para os
seus empregados, algo comum nas demais
empresas do setor da alimentação.
Naquela
ocasião, o sindicato negociou o
pagamento da PLR, retroativo a
2004, e conseguiu também a cesta básica
para os trabalhadores.
A atitude
de se negar a sentar e negociar com a
Sindicado coincide com a chegada, há
dois anos, de uma supervisora de
produção, chamada Eydi. Segundo
dizem os trabalhadores da fábrica, desde
que esta senhora começou a trabalhar, as
coisas pioraram acentuadamente.
O abuso
por parte de gerentes e a hostilidade
aos trabalhadores sindicalizados são uma
constante e agora, ainda por cima, a
empresa mantém uma postura
totalmente intransigente com relação à
negociação coletiva, que é um direito
conquistado pelos trabalhadores
brasileiros.
-Quais
são os
passos
que se seguem a esta medida?
-Convocamos uma reunião para hoje,
sexta-feira 23, na Procuradoria Regional
do Trabalho, que é o órgão estadual
encarregado de citar a empresa para que
compareça à mesa de negociações. Teremos
que esperar até lá, para ver se a
empresa se digna a comparecer a esta
reunião, já que faltou a todas as
anteriores.
-No
caso da empresa não comparecer à reunião
na Procuradoria, quais medidas serão
tomadas?
-Continuaremos com a greve por tempo
indeterminado
A empresa Ting Indústria
& Comércio é uma
companhia com 6 anos de
vida, especializada no
mercado de conservas,
tem uma grande variedade
de produtos,
destacando-se como líder
no segmento dos
champignons.
Conta com 250
funcionários que cuidam
de todo o processo,
desde a armazenagem, a
seleção, a embalagem até
a rotulagem dos produtos. |
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Em
Montevidéu, Amalia Antúnez
Rel-UITA
23 de
julho de 2010 |
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UITA - Secretaría Regional
Latinoamericana - Montevideo - Uruguay
Wilson
Ferreira Aldunate 1229 / 201 - Tel. (598 2) 900 7473 - 902 1048 -
Fax 903 0905
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