Os trabalhadores do Sindicato Único dos Trabalhadores da
Indústria de Águas Gasosas e Afins (SUTIAGA) de Santa Fé
paralisaram a fábrica da empresa Naranpol que entrou em
“Concordata” e só pagou uma pequena parte dos salários do
último mês trabalhado. Sirel dialogou com Jorge Campos,
secretário Gremial da FATAGA, para obter mais detalhes sobre
este conflito.
-Como é esta empresa? Quais são os seus antecedentes?
-Naranpol
é uma empresa nacional, cujas instalações estão localizadas
principalmente na província de Santa Fé. Produz todo tipo de
refrigerante de terceiras marcas. É uma companhia com muitos
conflitos, que sempre tenta fugir dos Convênios. Quer ser
grande, mas age como uma empresa pequena, ou seja, para
diminuir os preços encolhe os salários do seu pessoal.
-Como
começou o conflito?
-No início
deste mês, a Naranpol entrou em “Concordata”, isto é,
numa licitação de devedores, e aproveitando-se de um artigo
da Lei de Falências e Concordatas declarou nulos todos os
Convênios Coletivos.
Também de forma inesperada, foi pago menos da metade do
salário correspondente ao último mês trabalhado.
-Como os
trabalhadores reagiram?
-As pessoas
reivindicam os seus legítimos direitos, neste caso o
restante do salário correspondente a um mês já
trabalhado. Não estão se negando a se sentar e a conversar
sobre a possibilidade de um "convênio de crise", mas
primeiro querem receber o que lhes corresponde.
-Quantas
pessoas trabalham na Naranpol?
-A empresa
emprega cerca de 800 pessoas em todo o país e, agora, tanto
a fábrica em Santa Fé como todos os depósitos do país estão
parados, com a presença dos trabalhadores fora das
instalações. Enquanto eu converso com você, estão me dizendo
aqui que já começaram a chegar alguns telegramas comunicando
demissões.
-Para
vocês a empresa vai fechar?
-Em
princípio e de acordo com a situação atual, acreditamos que
sim, que a empresa pretende fechar, embora os trabalhadores
e o grêmio apostemos no contrário.
-Como
vocês preveem a continuação disto?
-Vamos
manter os piquetes nas portas da fábrica, e, se necessário,
vamos ocupá-la.
-Não houve nenhuma instância de negociação?
-Não. O juiz
da concordata citou a empresa para hoje, mas ela não se
apresentou. O juiz nos disse que ainda não tomou nenhuma
resolução e nos pediu para esperar até amanhã, porque ainda
havia uma reunião pendente.
Agora vamos notificar o Ministério do Trabalho porque a
situação já supera a concordata, e começa a haver
demissões. Se a situação continua parada, vamos entrar e
ocupar a fábrica.
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