De 20 a 23 de novembro, foi realizado em São
Paulo o Seminário Internacional da Força
Sindical denominado “Trabalho Decente na Era
da Globalização”. Sirel dialogou com Nilton
Souza da Silva, secretário de relações
internacionais da mencionada confederação,
que comentou sobre a importância da unidade
do movimento sindical diante dos desafios da
globalização.
-Qual ou quais foram os objetivos para a
realização deste seminário?
-O principal objetivo é colocar na agenda
dos dirigentes sindicais da Força Sindical (FS)
a divulgação do Trabalho Decente dentro do
contexto da globalização. Conseguir que eles
tenham como deles a bandeira do trabalho
decente, que é muito ampla, já que quando
falamos de trabalho decente nos referimos à
liberdade sindical, ao diálogo social, a
lutar contra o trabalho escravo e o trabalho
infantil, bem como as questões de gênero.
Há bastante tempo, queríamos discutir a
questão do trabalho decente com os
dirigentes para que esse assunto chegasse
aonde tem que chegar, ou seja, no
trabalhador e na trabalhadora. Que,
efetivamente, o respeito e o cumprimento das
normas da OIT alcancem todos os
trabalhadores, pois estes são os principais
beneficiários. Este foi o primeiro
delineamento do Seminário, que visava também
alinhar os dirigentes que militam na área
internacional ao que está sendo realizado
pela Força Sindical nesse nível.
-O que você destacaria deste seminário
internacional?
-Destacaria a conscientização dos dirigentes
sindicais ao assumirem a agenda hemisférica
do trabalho decente. Deste seminário surge
um documento que enfatiza a política de
pluralidade da FS, em especial em
relação às outras organizações,
independentemente dos governos de turno.
Onde os direitos dos trabalhadores não
estiverem sendo respeitados, ali estará a
Força Sindical, pressionando para que os
mesmos sejam cumpridos.
- Como você avalia a participação da
Rel-UITA?
-Uma das melhores exposições do seminário
foi a de Gerardo Iglesias, que trouxe
temas importantíssimos como a soberania
alimentar, que está diretamente relacionada
com o trabalho decente.
Foi muito importante para que os dirigentes
tivessem conhecimento do que é feito pelos
grandes grupos empresariais multinacionais,
em questões como nanotecnologia,
biodiversidade, organismos geneticamente
modificados. Saber quais são as intenções
destas companhias, capacita os dirigentes
para prevenir os trabalhadores sobre o
impacto de suas políticas.
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