Em 22 de
agosto passado, foi realizada em Tegucigalpa a 3ª Reunião da Federação
Latino-Americana de Trabalhadores da Coca-Cola (FELATRAC). Para saber os
resultados deste evento, o Sirel dialogou com Pablo Quiroga, diretor da
Federação Argentina de Trabalhadores de Águas Gasosas e Afins (FATAGA) e
secretário-geral da FELATRAC
-Como e por que surgiu a
FELATRAC?
-Surgiu em 2008, para responder às preocupações de vários companheiros que viam
como as grandes empresas transnacionais estavam se organizando globalmente.
Nós, trabalhadores, decidimos
enfrentá-los com a mesma estratégia e surgiu a necessidade de se construir uma
organização de trabalhadores da Coca-Cola dentro da UITA.
A partir daquele momento, os sindicatos dos vários países da América Latina
começaram a aderir a esta nova organização. Atualmente, a FELATRAC
representa 64 sindicatos em onze países da região.
-Quais são as principais conquistas obtidas nestes dois anos de existência da
FELATRAC?
-Alcançamos vários objetivos, especialmente no que diz respeito à FEMSA,
que está em quase toda a região.
Desenvolvemos várias ações muito concretas em defesa das organizações
integrantes da FELATRAC, bem como outras ações ao nível de negociação e
colaboração.
Estamos também integrados ao processo de diálogo que a UITA tem com a
Coca-Cola Company em Atlanta, Estados Unidos, onde são abordadas
problemáticas mais amplas e profundas dos países da América Latina.
-Qual foi a resposta da Coca-Cola a este importante
esforço de organização dos trabalhadores e trabalhadoras?
-Primeiro ficaram preocupados, mas depois viram que o trabalho é sério.
Especialmente, em se tratando da FEMSA, ficou claro que o nosso objetivo
não é criar problemas, mas solucioná-los.
-Por que a decisão de fazer
em Honduras esta 3ª Reunião do Comitê Executivo?
-A reunião primeiramente ia ser feita no Panamá. Mas, considerando os
acontecimentos em Honduras, há um ano atrás, decidimos transferir a
atividade para este país, também por solidariedade aos companheiros do STIBYS,
que foram alvo de forte repressão.
-Quais foram os temas desta
reunião?
-A reunião ocorreu com muita camaradagem, com muita solidariedade. Estiveram
presentes países que inicialmente não viriam, como foi o caso de El Salvador
e Paraguai.
Foram abordadas várias questões, entre elas a análise da situação de cada país,
a agenda que levaremos para a reunião com a Coca-Cola Company, em
Atlanta, em outubro e, finalmente, a formação definitiva do Comitê Executivo da
FELATRAC.
-Como você avalia o
desenrolar desta 3 ª Reunião do Comitê executivo?
-Foi uma atividade muito positiva. Nós já estamos dizendo isto há muito tempo:
temos que nos reunir e nos encontrar mais, para aumentar a confiança e continuar
avançando.
-Durante o 6 º Encontro
Regional dos Sindicatos da Bebida, analisou-se amplamente a questão da
flexibilidade e da precarização do trabalho. A FELATRAC pode ser uma força
dirigida para se contrapor a esta estratégia?
-A apresentação feita pelo
companheiro Gerardo Castillo foi espetacular. Consideramos que foi uma
importante ferramenta que nos "abriu a cabeça" e nos levou à reflexão.
Foram abordados aspectos pontuais, que são reais e vividos em todos os países.
Tudo isto é fundamental para continuarmos a desenvolver nosso trabalho.
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