O secretário Político e Sindical da
Federação Argentina de Trabalhadores de
Águas Gasosas e Afins (FATAGA) dialogou com
Sirel para fornecer detalhes sobre os
aspectos do conflito que envolve essa
organização
-Como este
conflito com a
InBev envolve a FATAGA ?
-Este conflito começou na quinta-feira
passada, dia 5, quando nossa Federação,
junto com o Sindicato de Caminhoneiros,
resolveu parar as fábricas engarrafadoras
Quilmes-Pepsi-Cola, já que os serviços
de junho não foram pagos na sua totalidade,
nem o décimo terceiro nem
as gratificações devidas aos trabalhadores
das distribuidoras
desta empresa, que é propriedade da
transnacional InBev. Esta
argumenta que o conflito devia ser
com os distribuidores,
pois foram eles que não pagaram.
Nós, entretanto, afirmamos que a InBev
também é responsável, já que
acompanha detalhadamente tudo
o que os distribuidores fazem. A InBev
integra a Câmara empresarial que assinou o
convênio com a FATAGA e, portanto,
esse é o acordo que deve valer também para
os seus distribuidores. Sendo assim, no
nosso ponto de vista, a InBev é
totalmente responsável por este conflito. E
ela não pode assinar uma coisa como
integrante da Câmara e pretender não
aplicá-la como empresa. Eles fecham as
portas da negociação com os distribuidores
para que nós os enfrentemos
diretamente, nos
criando um desgaste, mas não vamos cair
nessa armadilha.
-Como ocorreu a mobilização desta manhã
diante da embaixada do Brasil?
-Foi uma mobilização coordenada com os
companheiros do Sindicato dos Caminhoneiros
e fomos vítimas da repressão policial.
Alguns companheiros foram detidos, mas os
advogados já conseguiram liberá-los.
-Qual
é a amplitude
da
mobilização?
-Neste momento, em todo o país, a produção
de Pepsi-Cola e das cervejas da
InBev está completamente parada, bem
como os centros de distribuição e os
próprios distribuidores. Ou seja,
já há um claro desabastecimento; não se mexe
em uma só garrafa na Argentina.
-Até quando essa situação pode durar?
-Durará até que a empresa se disponha a
dialogar e a reconhecer os seus
compromissos, abandonando de vez a
reestruturação que pretende impor. Por outro
lado, manteremos a coordenação com o
Sindicato de Motoristas de Caminhões como
estamos fazendo até agora, reeditando a luta
solidária ocorrida em abril passado
Carlos Amorín
©
Rel-UITA
11 de julho de 2007 |
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