Terminou nesta
terça-feira (21) a greve de trabalhadores e trabalhadoras
rurais que cortam cana no município de Juazeiro/BA
Depois de seis dias de paralisação, os agricultores
encerraram o movimento após a conquista de 11,11% sobre o
preço do produto. Assim,
a tonelada de
cana passou de R$ 3,33 para R$ 3,70.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do
município, Agnaldo
Meira, o aumento deste ano só foi possível
depois de grandes greves, assim como aconteceu em 2005. O
secretário de Assalariados da Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), Antônio Lucas,
explicou que a convenção coletiva foi marcada pela dura
negociação com os usineiros, contrários ao aumento.
Goiás
Assim como em Juazeiro, a CONTAG tem auxiliado as federações
estaduais e o movimento sindical nas mesas de negociação. Em
Goiás, os trabalhadores e trabalhadoras rurais obtiveram um
aumento de 16,67% no piso salarial, provavelmente um dos
maiores em todo o país. Por isso, para
Antônio Lucas,
a greve foi vitoriosa. “Acho difícil que algum estado
consiga superar as conquistas dos trabalhadores de Goiás”,
destacou. O
movimento
mobilizou agricultores de 32 municípios. Em todo o estado
existem 22 mil trabalhadores no corte de cana e três usinas
de produção de álcool.
As negociações salariais em Goiás foram acompanhadas pela
CONTAG. Segundo Antônio Lucas, a primeira rodada aconteceu
em 9 de maio. As conversas foram suspensas e retomadas no
dia 16. O acordo final veio em 26 de maio.
Saúde e segurança
Não são apenas maiores salários que compõem as
reivindicações de trabalhadores e trabalhadoras rurais que
trabalham no corte de cana. As condições de trabalho também
têm motivado a mobilização dos agricultores. Segundo Agnaldo
Meira, de maio até agora,
dois
cortadores de cana morreram e outros dois foram internados
em estado grave, vítimas do excesso de trabalho.
“Em
décadas passadas, a média diária de corte era de quatro
toneladas por dia. Hoje, esse índice subiu para 8,5,
chegando a 18 toneladas, em alguns casos”,
explicou. Assim, o sindicato tem pressionado as empresas
para oferecer melhores condições aos trabalhadores, a fim de
impedir que eles trabalhem até chegar a um quadro de
exaustão.
Segundo Antônio Lucas, as questões envolvendo a saúde e a
segurança no trabalho tem ganhado espaço nas discussões
regionais realizadas pela Federação dos Trabalhadores na
Agricultura de Goiás (Fetag/GO) e pelos sindicatos.
Outros estados
De acordo com Antônio Lucas, alguns estados que ainda
engatinham nas negociações têm sido assistidos pela CONTAG
no processo de ampliação das negociações salariais. É o caso
de Santa Catarina e Sergipe, onde foram propostas
assembléias e convenções. “A CONTAG tem apoiado e ido aos
estados para ajudar as federações nas negociações.
Acreditamos que se ampliarmos os acordos e as convenções nos
estados, vamos melhorar as relações no trabalho, tanto na
questão salarial quanto nos aspectos de segurança e saúde no
trabalho”, concluiu o secretário de Assalariados da CONTAG.
CONTAG
23 de junho de 2006
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