Na conferência de imprensa, Tarsicio
Mora, presidente da CUT,
assim se manifestou: “Não existe
vontade, nem por parte do governo e nem
por parte dos empresários, em resolver o
problema dos trabalhadores em geral, e
isto está gerando uma onda de
insatisfação em diferentes setores como
o bananeiro, o mineiro, o magistério e o
de transportes.
O SINTRAINAGRO
estudará a última proposta dos
empresários, mas desde já afirma que a
mesma não reduz as expectativas de greve
nem as reivindicações dos trabalhadores
e trabalhadoras bananeiras.”
Consultado por SIREL, com relação
ao apoio da CUT, Tarsicio Mora
respondeu: “O Comitê
Executivo da Central decidiu apoiar
unanimamente todas as medidas sindicais
que o SINTRAINAGRO adotar em
defesa de sua pauta de reivindicações.
Sabemos, além disso, que contamos com a
solidariedade internacional da UITA,
que mais uma vez está presente,
sendo testemunha do incalculável apoio
ao movimento operário colombiano”.
Guillermo Rivera,
presidente do SINTRAINAGRO,
informou: “terminamos a etapa de relação
direta entre o nosso Sindicato e o
grêmio empresarial bananeiro. Portanto,
hoje estamos na etapa de pré-greve, onde
não nos resta outra coisa que não seja
organizar a paralisação das atividades
dos 16 mil trabalhadores e trabalhadoras
na região de Urabá.
Os empresários, na semana passada,
retiraram da discussão o sistema de
contratação e o horário de trabalho, já
que eles não sofrerão modificações, como
eles queriam a princípio. Mas, nos
outros pontos fundamentais, não chegamos
a um acordo. Estamos esgotando os
últimos momentos que sobram prévios à
greve para evitar um conflito em Urabá,
que prejudicará 60 mil famílias que, de
forma direta ou indireta, dependem
economicamente da produção de bananas.
Nós continuamos com a firme vontade de
encontrar um acordo, mas para isso
precisamos que os empresários apresentem
propostas sérias a fim de evitar um
conflito. Mas o que temos é uma proposta
salarial onde estão propondo o IPC que
foi registrado na duração do convênio e
uma bonificação de solidariedade, sendo
que isto não é salário e nem faz parte
das contribuições sociais dos
trabalhadores. Nós queremos deixar claro
que não estamos pedindo esmola
-enfatizou Rivera- nem estamos
pedindo a solidariedade dos empresários.
A solidariedade, nós pedimos à CUT
e à UITA.
Este tipo de proposta não evitará o
conflito, principalmente quando os
empresários, nos últimos meses,
registraram aumentos na produção, na
produtividade, no preço da fruta no
exterior e, portanto, não podem dizer
que não têm possibilidade de dar um
aumento real e digno para os
trabalhadores bananeiros”.
Finalmente o presidente do
SINTRAINAGRO afirmou: “nossa
organização sindical deixa claro para a
opinião pública nacional, para os
trabalhadores e para o movimento
operário internacional, que não estamos
empenhados em gerar um conflito em
Urabá. Estamos trabalhando para a
assinatura do convênio, mas se não
chegarmos a um acordo que satisfaça os
interesses e os direitos dos
trabalhadores e trabalhadoras, estaremos
no dia 22 de abril realizando as
assembléias correspondentes em cada
fazenda, onde se votará pela greve ou
pelo tribunal de arbitragem.
Estamos seguros de que os trabalhadores
aprovarão a greve em apoio à pauta de
reivindicações. Na quinta-feira 23, no
marco da Assembléia Nacional de
Delegados, onde se ratificará a decisão
das bases, o Comitê de Greve estará
declarando a hora 0 da greve para os 16
mil trabalhadores de Urabá”.