A 1ª
secretária e coordenadora estadual de Jovens da federação, Josiane
Einloft, acredita que a marcha significa um momento especial para a
juventude reivindicar, mostrar sua importância e responsabilidade em dar
seqüência à atividade rural. "Se o jovem não permanecer no campo, quem
irá produzir os alimentos?", pergunta.
Ela adianta
que as expectativas são as melhores possíveis. A primeira edição da marcha,
realizada em 2005, ficou na história da juventude gaúcha pela garra,
determinação e capacidade de organização. Agora, continua a dirigente, além
do processo de mobilização e de organização, estão ocorrendo 23 encontros
regionais, os quais representam espaços privilegiados para construir a base
de reivindicações da juventude rural para a marcha.
Em relação
à escolha do tema sucessão rural, ele tem sido a pauta central de todos os
encontros dos jovens trabalhadores rurais. A partir dos dados da pesquisa
"Dinâmica Populacional e Sucessão na Agricultura Familiar no Vale do
Taquari", realizada durante os meses de junho a dezembro de 2005, numa
parceira entre FETAG/RS, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)
e Univates, a juventude está debatendo a realidade da sucessão em
todas as 23 Regionais Sindicais, construindo propostas para facilitar e
estimular todo esse processo.
Outro ponto
positivo na avaliação de Josiane é a possibilidade de encontrar novas
lideranças para dar continuidade ao trabalho, já que a demanda da juventude
não pode ficar restrita ao dia da marcha. "Esperamos que os órgãos
governamentais se sensibilizem para a importância de termos agricultores no
campo produzindo", observa.
Reivindicações
Durante os
debates, a Comissão de Jovens concluiu que para manter a juventude no meio
rural se faz necessário oportunizar geração de renda, formação, qualificação
profissional, assistência técnica, educação e uma legislação ambiental que
não prejudique o agricultor. Dentre as principais reivindicações da marcha
estão:
- Alteração
e readequação do Projeto de Lei do Primeiro Crédito para juventude rural e
garantia na liberação do recurso;
- Criação
de uma lei de incentivo para a permanência dos agricultores e pecuaristas
familiares, por meio da isenção do ICMS, na compra de insumos e equipamentos
necessários para a produção e comercialização dos seus produtos;
-
Alterações nas regras do Pronaf Jovem quanto ao enquadramento;
- Acesso à
educação contextualizada básica, profissional, tecnológica e superior no
campo, pública, gratuita e de qualidade, que garanta infra-estrutura e
contemple a diversidade regional;
- Alteração
da legislação ambiental quanto às Áreas de Preservação Permanentes (APPs) e
implementação de mecanismos de compensação pelo serviço ambiental na
agricultura familiar, por intermédio da criação do Fundo Estadual de
Compensação Ambiental para os agricultores familiares;
- Revisão
dos valores de taxas de licenciamento ambiental para agricultores
familiares.