Perú

Trabalhadores da Nestlé começam hoje

uma greve por tempo indeterminado

 

Viva a greve! Por aumentos salariais sem discriminação! Coro de vozes uníssonas de centena de trabalhadores do Sindicato Único Nacional de Trabalhadores Nestlé Peru SA (SUNTRANEP), no final da Assembléia Geral em que definiram os detalhes para o êxito da greve por tempo indeterminado, iniciada hoje, terça-feira 28.

 

Por mais de três horas os filiados ao SUNTRANEP analisaram e refletiram sobre os possíveis cenários que, depois de iniciada a medida de força, surgirão tanto na fábrica como no Ministério do Trabalho e no Congresso da República.

 

A greve por tempo indeterminado foi decidida na Assembléia Geral do sindicato, diante da negativa dos representantes da transnacional Nestlé, que opera no Peru com capital suíço, em reconhecer que a inflação também afeta a classe trabalhadora que, com o seu esforço e trabalho, contribui dia a dia para que a companhia aumente os seus lucros.

 

Depois de constituir o Comitê de Greve, que ficou integrado por três membros da Junta Diretora do Sindicato e sete trabalhadores que se ofereceram voluntariamente para a tarefa, ficou acertada a realização de mobilizações diante dos principais meios de comunicação para divulgar a medida de luta.

 

No marco das ações ali decididas, nos próximos dias será solicitada audiência ao presidente da Comissão de Trabalho do Congresso da República, para lhe informar sobre a negativa da empresa em atender às reivindicações justas e lhe solicitar a mediação para uma rápida solução.

 

Outro acerto entre os trabalhadores foi se declararem em mobilização permanente. Decisão que imediatamente foi implementada. No final da Assembléia, foi realizada uma passeata em frente à fábrica da Nestlé, portando cartazes onde se podia ler: “Basta de discriminação com seus trabalhadores”,  “Solução para a pauta de reivindicações. Respeito ao Convênio Coletivo”, “Não à discriminação na Nestlé. Proibido esquecer”.

 

Alexander Caballero, secretário geral do SUNTRANEP, disse a Sirel que planejaram uma estratégia de luta visando garantir que a medida de força impacte na empresa e esta aceite as justas demandas dos trabalhadores.

 

“Vamos ao Ministério do Trabalho e ao Congresso da República para que nosso protesto seja escutado pelo governo. Continuaremos lutando até que a empresa queira escutar as reclamações dos trabalhadores e dê soluções integralmente a todas as reivindicações”, afirmou.

 

José Coyco, secretário de imprensa e propaganda do SUNTRANEP, explicou que os trabalhadores estão exigindo da empresa um aumento diário de 1,80 dólar, para todos os trabalhadores sem distinção. Ao iniciar as negociações a demanda ultrapassava um aumento diário de 3,60 dólares, e diante da negativa da empresa esta cifra foi ajustada.

 

Por outro lado, a empresa manteve uma oferta fechada: aumentos diferenciados, mudar as categorias e impor um Convênio Coletivo de dois anos, quando tradicionalmente sempre tem sido de um ano.

 

 

 

Em Lima, Julia Vicuña Yacarine

Rel-UITA

30 de outubro de 2008

 

 

 

Fotos: Julia Vicuña Yacarine

 

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