Honduras

Vozes e rostos
do XXII Congresso do STIBYS

Contra o golpe, a união dos trabalhadores e trabalhadoras

 

O XXII Congresso Ordinário do Sindicato de Trabalhadores da Indústria das Bebidas e Similares (STIBYS) é realizado em meio a uma situação muito difícil e complexa, gerada pelo golpe de Estado de 28 de junho passado. No entanto, em lugar de ser motivo de desagregação, isto gerou um processo de aproximação e união entre as diferentes organizações sociais, sindicais e populares. Delegados do STIBYS e convidados especiais ao Congresso reafirmaram a importância deste evento, e o firme compromisso contra o golpe de Estado. Estas são algumas de suas vozes.

 

Erasto Reyes

Coordenador de projetos do STIBYS

 

“O Congresso do STIBYS está ocorrendo em um contexto com sérias ameaças contra os sindicatos, seus dirigentes e os direitos trabalhistas. Um exemplo é o conflito em San Pedro Sula entre o STIBYS e a SABMiller, onde o novo Ministro do Trabalho nomeado pelo governo de fato exigiu do mediador ignorar este caso. É um momento difícil, no entanto o STIBYS mantém o seu compromisso de luta e, efetivamente, é um dos sindicatos líderes da Frente Nacional Contra o Golpe de Estado, reivindicando os direitos dos trabalhadores e encaminhando essa luta para a restauração da ordem democrática no país.

Com esse golpe, foram destruídos os esquemas de desunião existentes. Os sindicatos e as pessoas estão apostando mais na união de luta, nas ruas, na defesa de seus direitos e deixaram de lado todos aqueles elementos que separavam o movimento sindical. É um aprendizado e o futuro depende da união dos trabalhadores e trabalhadoras na luta e nas propostas. Esse é grande desafio deste Congresso que acaba de começar e, ao mesmo tempo, uma grande ocasião, considerando também que neste momento o presidente do STIBYS, o companheiro Carlos H. Reyes  é candidato independente para as eleições presidenciais. Esta candidatura não representa apenas uma expectativa para o movimento sindical, mas também para o país inteiro, visando mudanças reais a curto, médio e longo prazo”.

 

Paul Nicholson

Via Camponesa Europa

 

“Nosso trabalho é dar apoio aos movimentos sociais e às organizações camponesas. Para o futuro estamos preparando uma importante delegação política para apoiar o contexto de luta que se vive em Honduras. O surgimento deste movimento de resistência, ao qual o STIBYS está integrado, é um elemento de grande esperança diante de um golpe de Estado  que parece ser um ensaio para futuras operações similares no continente. Uma mudança social a partir de uma mobilização popular em um país como Honduras terá um impacto enorme no mundo inteiro.

Esta luta do movimento operário e camponês unido está demonstrando que estão sendo postas em prática novas formas de fazer política. Esta aliança é fundamental e estamos em um processo de mudança, em uma nova fase de luta que em Honduras deve ser acompanhada pela pressão das instituições européias e norte-americanas para isolar o governo de fato. Toda esta experiência também deverá fortalecer internamente os movimentos populares e as organizações operárias e camponesas”.

 

 Javier Suazo

Delegado da seccional
Comayagua do STIBYS

 

“O que está acontecendo nestes dias é o momento mais importante na vida de nosso sindicato. Jamais pensamos em nos encontrar nesta situação tão difícil para o país. Até o momento, escutamos declarações muito importantes que são elementos de aprendizagem para todos. É importante que este momento seja aproveitado porque, apesar das dificuldades surgidas em razão do golpe de Estado, hoje como nunca o movimento sindical está unido, e acreditamos que desta maneira podemos enfrentar este desafio e lançar as bases para o futuro”.

 

 

Aminda Vanegas

Delegada da  seccional Yuscarán
do STIBYS

 

“Este Congresso será um sucesso total, principalmente para as pessoas que, pela primeira vez, participam de um evento como o que começou hoje. O congresso nos ajuda a entender de verdade qual é a importância de pertencer a um sindicato, em um momento tão difícil e complicado como o que estamos vivendo. Todos no STIBYS estamos trabalhando para apoiar a resistência. Eu faço parte da equipe de Formação de Líderes, e é importante poder escutar as propostas de nossos dirigentes e dos convidados especiais, porque nos dão instrumentos para conhecer mais e nos prepararmos melhor”.

 

 

Alexis Osabas

Delegado da seccional Saba
do STIBYS

 

“É a primeira vez que participo de um Congresso, porque nossa seccional é muito recente. Estou escutando com muito interesse as colocações dos companheiros e companheiras que discursaram na inauguração e, sem dúvida nenhuma, é o que nos ajuda a ter consciência do que está acontecendo nacional e internacionalmente. Há uma grande presença de delegados que participam pela primeira vez, e isto significa que nós jovens estamos mais participativos e que queremos entrar de cabeça na defesa dos direitos dos trabalhadores. Estamos capacitados e prontos para levar adiante um trabalho que possa dar resultados efetivos. Para o STIBYS o desafio é conseguir uma maior organização e ser o motor de uma união sindical nacional”.

 

 

Willy Bueso

Delegado da seccional San Pedro Sula STIBYS

 

“Acredito que este XXII Congresso Ordinário será muito importante, e nos primeiros dias me impressionou a contribuição dos convidados especiais que vieram à inauguração, além da presença do presidente do STIBYS, Carlos H. Reyes. Percebe-se que os delegados estão muito interessados em analisar à fundo a situação que o país está vivendo e ver além das nossas fronteiras, para conhecer e aprender com as experiências e situações vividas em outros países. Neste sentido, é importante que o STIBYS continue apoiando a resistência ao golpe de Estado junto com os movimentos populares”.

 

  

Em Tegucigalpa, Giorgio Trucchi

Rel-UITA

1 de setembro de 2009

 

 

 

Fotos: Giorgio Trucchi

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