Está ocorrendo o Encontro Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Frango (17 e 18 de junho) organizado em São Paulo, Brasil, pela UITA, a CONTAC e o INST. De acordo com os últimos dados disponíveis, 25 por cento dos trabalhadores e trabalhadoras do setor sofrem Lesões por Esforços Repetitivos (LER).

O Encontro começou com a presença de dirigentes sindicais de todo Brasil e das principais empresas do setor, além dos representantes do Uruguai, dos Estados Unidos, e aguarda-se uma delegação argentina, atrasada por dificuldades para chegar aos aeroportos devido à situação interna do país.

Em sua intervenção de abertura, Siderlei de Oliveira, presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores da Alimentação (CONTAC) e do Instituto Nacional de Saúde do Trabalho (INST-CUT), enfatizou que “esta é uma excelente ocasião para definir a posição a ser mantida no próximo Congresso Mundial do Setor de Carnes da UITA, que será realizado a partir de 24 de junho em Londres, Inglaterra”.

Destacou, ainda, que “a hora da queixa, do diagnóstico, já passou; agora é o momento da ação, de sair às ruas. Por isso, vamos aprofundar a campanha internacional contra o ritmo de trabalho desumano nas indústrias avícolas. O mundo, os consumidores destes frangos devem saber em que condições trabalhamos no Brasil”.

Siderlei defendeu que a CONTAC leve ao Congresso Mundial a proposta de diminuir a jornada de trabalho para seis horas, e que seja modificado o sistema de trabalho para ser mais lento e compatível com a saúde humana.

Gerardo Iglesias, secretário regional para a América Latina da UITA, lembrou as numerosas lutas da CONTAC e seus antecedentes de combatividade e representatividade no setor. Manifestou a vontade da UITA de ampliar e apoiar a Campanha Internacional contra o Ritmo de Trabalho Excessivo no Brasil.

Estavam presentes, e também contribuíram com suas impressões e objetivos, Geni Dalla Rosa, secretaria de Saúde da CONTAC; Rosane Bertotti, secretária de Imprensa da Central Única de Trabalhadores (CUT); Mara Lira, secretária de Formação da CONTAC e coordenadora do Projeto Vidaviva, integrado ao setor saúde da Confederação; Anita Grabowski, representante da União de Trabalhadores da Alimentação e no Comércio (UFCW), e Marcos Tebom, secretário de Relações Internacionais da CONTAC.

Além disso,  foram ministrados trabalhos em grupo por empresa, com mesas instaladas para a Perdigão, a Cargill, a Sadia e a Doux. Os resultados destas mesas serão consolidados hoje, quarta-feira 18 de junho, e em função deles serão definidos objetivos, ferramentas e também um plano de ação.