O livro
Massacre
Silencioso – Doença Invisível na Nestlé de
Araras terá sua edição em
português lançada na Regional de Campinas do
Sindicato Químicos Unificados, no dia 12 de
setembro às 18h30m. O livro é de autoria de
Carlos Amorim, escrito originariamente em
espanhol, e escancara, com fundamentações, o
massacre que a multinacional impõe a seus
trabalhadores na linha de produção o que os
torna potenciais vítimas de LER – Lesões por
Esforços Repetitivos.
Conforme define a Dra. Maria Maeno, especialista
em medicina do trabalho e coordenadora do Centro
de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST)
de São Paulo, a LER “é um conjunto de afecções
que ocorrem nos músculos, tegumentos, tendões,
ligamentos, articulações, nervos e vasos
sangüíneos. De maneira concomitante ou isolada
costumam manifestar-se através de síndromes
compressivas de nervos periféricos,
tenossinovites, mialgias e outras síndromes
dolorosas. Os portadores da doença expressam
queixas de dor, parestesia
(formigamento/adormecimento), sensação de peso,
fadiga – geralmente de aparição insidiosa – nos
membros superiores e na região cervical que ao
princípio se manifestam em certas situações do
trabalho, ou depois da jornada de trabalho, mas
que com o tempo invadem os fins de semana, as
férias e acabam sendo constantes. Os sintomas
podem aparecer dias, semanas, meses ou anos
depois da exposição continua ou freqüente a
fatores desencadeantes e/ou agravantes da
doença.”
Segundo Carlos Amorim denuncia em seu livro, na
Nestlé em Araras “... se manipula os médicos
para que não ordenem descansos aos lesionados e
neguem a existência de LER, porque os líderes da
fábrica pressionam os funcionários para alcançar
suas metas de produtividade, inclusive com risco
de sua segurança e saúde físicas...”
Cláudio Pinto de Oliveira, um dos trabalhadores
da Nestlé em Araras que dão depoimentos no
livro, diz “Eles aplicam o lema de que há que
por peso sobre o burro até que não agüente,
então se troca de burro. A produção aumentou o
dobro em 25 anos e a folha de funcionário foi
reduzida de 2.100 empregados para os atuais
1.300.”
O livro foi publicado pela Secretaria Regional
Latinoamericana (Rel-UITA), sediada no Uruguai.
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