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GRITO DE LA TIERRA 2011

 

Com Carlos “Guto” Santos

Queremos impedir o ressurgimento da violência no campo 
 

Durante o 17º Grito da Terra da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), realizado em 17 e 18 de maio próximos passados, o Sirel dialogou com o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Pará (FETAGRI -PA), Carlos Augusto Santos, conhecido por todos como "Guto". O ponto central da conversação foi a violência rural. 
 

O Pará é um estado localizado na região norte do Brasil, quase toda coberto pela floresta amazônica, já bastante reduzida pelo avanço da pecuária e da agroindústria da soja.

  
Sua enorme riqueza em recursos naturais e seu distanciamento dos centros de controle e de poder do país fizeram desse estado um dos mais habitualmente atingidos pela violência rural, pelo trabalho escravo, pelo desmatamento e pela usurpação de terra fiscal
 (grilagem) por parte de grandes latifundiários.

  
Esse foi o epicentro da Campanha
Internacional "Basta de violência no campo" em 2005, que contou com o apoio da Rel-UITA, da Lo-Tco da Suécia e da CONTAG.


Hoje, seis anos depois, Guto Santos avalia os resultados e analisa a conjuntura atual em sua região. 
  
"Como consequência da Campanha Internacional e também do compromisso demonstrado pelo governo Lula para combatê-la, a violência no campo diminuiu significativamente nos últimos anos. 
No entanto, a impunidade permaneceu quase inalterada com respeito à maioria dos assassinatos sociais ocorridos em nossa região -denunciou Guto. 


Por outro lado, alguns dados da realidade nos deixam em
alerta com relação a um recrudescimento da violência. Portanto, este ano já começamos uma campanha sistemática de combate à violência rural – anunciou. 

  
Esta é uma das reivindicações históricas da FETAGRI-PA, presente em tudo o que fazemos há pelo menos 15 anos", lembrou o sindicalista.

Exigimos a reativação das investigações judiciais relativas aos assassinatos de dirigentes sindicais, assessores e advogados que cooperaram com as organizações sociais da região, assassinatos estes que permanecem impunes

 
Agora, o objetivo é reativar as investigações judiciais sobre os assassinatos de um conjunto de dirigentes sindicais, consultores e
advogados que cooperaram com as organizações sociais da região, assassinatos estes que permanecem impunes.


"Vamos exigir do Tribunal de Justiça a criação de uma Comissão Interinstitucional com a presença do governo, da justiça e da sociedade civil, a fim de rever as investigações e os processos desses casos para os quais nunca se fez justiça" – frisou Guto.

  
É uma obrigação do Estado dar uma resposta às famílias desses trabalhadores e trabalhadoras que foram assassinados, e para toda a sociedade, porque entendemos que já é hora de dizer: "
Basta de violência rural e basta de impunidade no Brasil", exclamou.

  
Há dez dias, a FETRAGRI-PA realizou
um seminário na Assembléia Legislativa Estadual sobre “Violência rural e combate à usurpação da terra", porque entendemos que se trata de dois crimes que quase sempre andam juntos.


Neste contexto, na última semana de junho, teremos uma mobilização igual a esta e que chamamos de ‘Grito da Terra – Pará’, que se desenvolverá simultaneamente com as audiências que estaremos realizando com a justiça e o governo para concretizar a criação dessa Comissão – adiantou Guto.

 
Também percebemos que a Secretaria Nacional de Direitos Humanos está interessada em trabalhar com um conjunto de políticas no Pará, o que é um dado muito promissor para os nossos objetivos, mais ainda se considerarmos que
a direita política, aliada aos latifundiários, venceu as últimas eleições em nosso estado e isso é sempre uma promessa de mais impunidade para a violência no campo.

  
Nossa tarefa deve ser a de minimizar a violência até a sua erradicação e obter mecanismos que dêem maior segurança para o trabalho sindical", concluiu Guto.

 

Carlos "Guto" Santos

Em Brasilia, Carlos Amorín

Rel-UITA

20 de maio de 2011

 

 

 

 

Fotos: Gerardo Iglesias

 

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