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     Brasil

Doença do setor avicola

tratada com seriedade

Pela primeira vez, uma empresa do setor avícola reúne-se com sindicatos para debater uma proposta que realmente possa reduzir significativamente as doenças profissionais, causadas pela forma de produção nas indústrias avícolas brasileira.

 

Cargill dá os primeiros passos

 

O ponta pé inicial,sobre o debate da redução da jornada de trabalho foi dado pela SEARA/CARGILL (transnacional americana).

 

Reunião de peso para debater a redução da jornada de trabalho para seis horas no setor avícola

 

A Representação da empresa na reunião nos dá garantia que agora é pra valer. Estavam presentes na reunião, o Diretor de Tecnologia Industrial do Grupo Seara Cargil, Glever Davila, o gerente de Recursos Humanos (RH) Corporativo Mauricio Macuado e o gerente de Relações Trabalhistas e Sindical, Aroldo Vieira que estavam acompanhando aos demais responsáveis pelo RH e o responsável jurídico da empresa do setor de frango Dr. Celso de Novais.

 

Esteve representando os trabalhadores, Célio Elias representando o STIA de Criciúma – SC, Sérgio Bolsan e Clodoaldo Fernandes, pelo STIA de Sidrolândia – MS, Sérgio e Vicente, pelo STIA de Jaraguá do Sul – SC. 

 

Para entender

 

O problema do adoecimento dos trabalhadores do setor avícola ou de qualquer outro setor, não se resolve com tratamento médico.

 

Médico é paliativo

 

Não adianta um corpo médico na empresa, pois por mais completo que seja não irá resolver o problema das doenças profissionais. Não há curativo, nem serviço médico capazes de curar. O problema é causado pela forma que funciona a produção.

 

O problema não é médico, é de ambiente de trabalho

 

A carga horária aliada ao ritmo excessivo e o frio no ambiente de trabalho, são as maiores causas das doenças profissionais do setor avícola, que hoje é um dos campeões no ranking das doenças profissionais no Brasil. Não adianta fisioterapeutas, psiquiatras e enfermeiros, o problema não se resolverá, pois o problema esta no setor produtivo.

 

Menos horas e menos doenças

 

Esta comprovado tecnicamente, que o frio aliado ao ritmo e a carga horária, sãos os componentes das doenças do setor avícola nos frigoríficos.

 

 

Fadiga dos músculos

 

Após as 6 horas de trabalho, os músculos e nervos começam a serem tomados pela fadiga por causa dos esforços repetitivos realizado em alta velocidade, então temos que discutir o que estamos propondo para esse problema.

 

Nossa proposta de redução de trabalho para 6 horas

 

A proposta dos técnicos representantes dos trabalhadores do Setor Avícola é de turnos de 6 Horas, formando uma carga horária de 36 horas semanais.

 

Mão na vela

 

Para ilustrar a situação vivida pelos trabalhadores do setor avícola, vamos usar o exemplo da mão na vela, vamos ver como é:

 

Colocar a mão no fogo de uma vela por meio minuto, irá iniciar uma queimadura de pouca importância, mas se deixarmos a mão por um minuto no mesmo fogo, a queimadura não será o dobro da que aconteceu no primeiro meio minuto, será uma queimadura de proporção mais grave e não somente o dobro.

 

Por isso, que através desta ilustração podemos dizer que os trabalhadores após as 6 horas de trabalho, devido à fadiga dos músculos e nervos começam a adoecerem. Vamos tirá-los logo do fogo.

 

A proposta dos turnos de 6 horas irá tirar os trabalhadores no primeiro meio minuto do fogo da vela, quando ainda a situação não está tão grave.

 

Só vamos mudar, se todos mudarem!!! É o que dizem as empresas, isto é um problema a ser resolvido em todas

 

O tema das reuniões profissionais no setor avícola, que tantas mutilações vêm causando nos trabalhadores do setor, não é a mutilação de imputação de membros, é a mutilação profissional.

 

A perda da capacidade laboral leva ao desemprego e também a dor física insuportável, causada pelo ritmo excessivo de trabalho e o esforço repetitivo, que lhe causou uma doença ocupacional irreversível.

 

A estimativa é que, 25% dos trabalhadores que estão dentro das fábricas, estão lá fora doentes, formando um exército de mutilados profissionalmente chegando em cerca de 200 mil trabalhadores no país.

 

Dizem que o mundo está melhor, mas não para os trabalhadores do setor avícola.

 

 

Siderlei de Oliveira

Rel-UITA / CONTAC

4 de novembro de 2008

 

 

 

 

 

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