Argentina

Com Pablo Quiroga

Se a Polar-Coca-Cola não dialogar, se vislumbra uma greve nacional de toda a indústria

  

Por mais de uma semana, após a Polar SA comunicar 145 surpreendentes demissões em sua engarrafadora de Neuquén, no sul da Argentina, todo o sistema da empresa está paralisado. Sirel dialogou com Pablo Quiroga, da FATAGA, que anunciou uma possível greve nacional dos mais de 20 mil trabalhadores do setor, se a Polar se não mudar de atitude.
 

-Como está evoluindo a situação na Coca-Cola-Polar?
-O conflito permanece inalterado. Não houve nenhum contato por parte da empresa e nem de nossa parte, já que ainda está em vigor o período de conciliação obrigatória, que termina hoje, terça-feira 14, à meia-noite, sendo que, na semana passada, a Polar se retirou da audiência sem dar explicações.
 
-O que está acontecendo agora na fábrica da Polar, em Neuquén?

-
Os companheiros do Sindicato permanecem na fábrica. No domingo, 12 de setembro, nosso secretário-geral, Raúl Álvarez, viajou para lá e passou o dia com os trabalhadores levando-lhes a mensagem clara de que, em que pese a Polar estar fisicamente distante da capital, a nossa Federação está junto deles nesta luta e os acompanhará permanentemente.
 
Também compartilharam um almoço junto com as famílias dos trabalhadores, o que serviu para amenizar ainda mais o bom ânimo existente entre os companheiros da Polar.

 
-Não é habitual que as empresas do setor fechem desta forma...
-
Claro que não, foi uma coisa bastante excepcional, já que as empresas que têm relação conosco, seja no acordo ou no desacordo, sempre conservam aberto um canal de diálogo, de comunicação. De nossa parte, mantivemos uma atitude de expectativa, aberta, como sempre fizemos.
 
-Os produtos já estão se tornando escassos no comércio?
-Certamente, porque não só estão paradas as fábricas, mas também todas as distribuidoras da região e os depósitos, por isso é que há mais de uma semana que não há abastecimento dos produtos da Polar no mercado.
 
-
Se o período de conciliação terminar sem uma resposta da empresa, quais ações vocês estão pensando realizar?
-Vamos esperar até o último momento para que a empresa busque o diálogo. Na medida em que as câmaras empresariais forem notificadas desta situação, ficaremos na suposição de que os contatos e as gestões estão sendo feitos, para evitar que se chegue a um conflito generalizado no setor.
 
Queremos evitar uma escalada do conflito, mas se a Polar não responder corretamente, nós, infelizmente, não poderemos fazer outra coisa a não ser paralisar tudo, não só a Coca-Cola, mas provavelmente seria uma greve nacional de toda a indústria. As Comissões Diretoras de todo o país estão informadas sobre o que está acontecendo e estão em alerta.
 
Inclusive, já recebemos inúmeras manifestações de solidariedade internacional, especialmente da UITA, do SICO da Colômbia, do STIBYS de Honduras, do CGTP-ABA do Peru, do STCC do Uruguai e da CONTAC do Brasil, o que muito agradecemos.
  
Nosso objetivo continua sendo chegar o mais rapidamente possível a uma solução, na qual não haja perda de empregos.

 

 
 

Em Montevideu, Carlos Amorín

Rel-UITA

16 de setembro de 2010

 

 

 

 

Foto: La Mañana Neuquén

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