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O 
Ministério Público 
Federal (MPF) 
constatou que o frigorífico continuou comprando animais para o abate oriundos de 
propriedades rurais que constam na lista de áreas embargadas por irregularidades
ambientais, dentre outras irregularidades. 
  
  
Nesta segunda-feira 
(17/10), o MPF em Mato Grosso enviou uma notificação recomendatória ao 
frigorífico JBS S/A, pelo descumprimento ao Termo de Ajustamento de 
Conduta (TAC) assinado em maio de 2010, para regularizar a cadeia 
produtiva da carne no estado. 
  
Dentre as obrigações 
estipuladas no referido Termo de Ajustamento de Conduta, a empresa JBS S/A 
havia se comprometido a não adquirir gado bovino proveniente de imóveis rurais 
inseridos na lista de áreas embargadas pelo IBAMA ou Sema; que figurem na 
“lista suja do trabalho escravo” divulgada pelo Ministério do Trabalho e 
Emprego; e de propriedades que estejam localizados em áreas indígenas. 
  
Ocorre que, a partir do 
cruzamento de dados do INDEA (Guia de Transporte Animal – GTA) 
IBAMA, do INCRA e do Ministério do Trabalho e Emprego, o Ministério 
Público Federal constatou que, apesar de o frigorífico JBS S/A ter se 
comprometido a rever as suas relações comerciais, continuou comprando animais 
para o abate oriundos de propriedades rurais que constam na lista de áreas 
embargadas por irregularidades ambientais; de propriedades localizadas dentro da
Terra Indígena Maraiwatsede; e de uma propriedade que consta no Cadastro 
de Empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas a de escravo. 
  
De maio de 2010 a maio 
de 2011, um total de 3.476 cabeças de gado foram compradas de propriedades em 
desacordo com as normas estabelecidas no TAC. O levantamento das informações 
chegou ainda aos seguintes dados: 
  
-144 animais 
oriundos de uma propriedade onde foi identificada a utilização de mão de obra em 
condições de escravidão; 
-1.090 animais oriundos de 18 propriedades localizadas dentro da terra 
indígena Maraiwatsede, na região norte de Mato Grosso;
 
-2.242 animais oriundos de 13 propriedades embargadas pelo IBAMA.
 
  
Agora, o frigorífico 
JBS S/A tem um prazo de dez dias úteis para responder à notificação enviada 
pelo Ministério Público Federal informando as providências que serão tomadas 
para a regularização da compra de animais para o abate e o efetivo cumprimento 
do TAC assinado. 
  
A proposta do TAC 
por frigoríficos no Pará, Mato Grosso e Acre, faz parte de um amplo estudo 
desenvolvido pelo MPF para identificar na cadeia produtiva da carne onde 
são praticadas as atividades em desacordo com a legislação ambiental e com 
critérios de sustentabilidade. 
   
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