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Módena (Itália), 19 
de outubro de 2010. 
  
Prezadas companheiras e 
prezados companheiros: 
A FLAI CGIL de Módena compartilha a sua 
luta pelo respeito aos direitos que deveriam ser fundamentais para 
cada trabalhador deste Planeta. Horários de trabalho adequados e 
suportáveis, ritmo e velocidade de trabalho adequados, segurança 
trabalhista e proteção da saúde deveriam ser garantidos em qualquer 
lugar de nossa Terra.  
  
Assim como o direito 
à greve, sem chantagens ou ameaças, deveria ser um direito universal 
e incontestável. 
  
Direitos que deveriam constituir a base 
fundamental de uma companhia como a JBS, que atua a nível 
mundial, também na Itália, através de uma aliança estratégica a 
partir de 2007 com a INALCA (do Grupo Cremonini).  
  
Uma companhia global 
com 140 fábricas em todo o Planeta e com 125 mil colaboradores, que 
há poucos dias desenvolveu uma intensa campanha publicitária nos 
principais jornais nacionais e locais, ufanando-se de um crescimento 
sustentável, de respeitar o planeta e as pessoas. Além disso, 
nesta campanha publicitária reafirma o compromisso com o bem comum, 
a confiança de seus clientes, fornecedores e colaboradores. 
 
  
Palavras e afirmações importantes e 
significativas, que deveriam estar à altura  de uma companhia que 
pretende ser competitiva neste terceiro milênio, investindo em 
“responsabilidade social”, nas pessoas e no meio-ambiente. 
Infelizmente, depois de inteirar-me da situação que estão vivendo e 
da luta sangrenta que está acontecendo há quinze dias, entendo agora 
que estas afirmações da JBS na Itália são pura propaganda. 
  
Hoje mesmo enviei uma 
nota à imprensa, que também será entregue aos diretores executivos 
locais da JBS na Itália, comunicando a posição da nossa 
organização. 
  
Eu estendo a minha 
solidariedade pessoal, plena e incondicional, à luta que estão 
travando neste momento. Esse conflito trabalhista tem várias 
analogias com a nossa luta na fábrica da INALCA-JBS em Módena 
e que diz respeito ao convênio coletivo e às pessoas.  
  
Uma analogia que é 
comum para todo o setor da produção de carne bovina e suína, na 
Itália, na Europa e no mundo. Analogias que demonstram um 
nível de exploração, ilegalidade e desrespeito aos direitos dos 
trabalhadores que já não tem fronteiras, que tem por objetivo 
nivelar, pelo ponto mais baixo, esses mesmos direitos, como 
estratégia das transnacionais sem escrúpulos em qualquer lugar do 
Planeta. 
  
Esses também são os efeitos perversos da 
globalização econômica; o que não podemos aceitar é que ocorra em 
companhias que falam do respeito às pessoas e de crescimento 
sustentável.  
  
Tenho a esperança que 
a JBS reflita, retorne à mesa de negociações de maneira 
responsável, demonstrando coerência com o que declara aqui na 
Itália. 
Recebam a saudação e a incondicional 
solidariedade de toda a FLAI CGIL da Módena pela luta que estão 
levando adiante. 
  
Cordiais saudações, 
  
Umberto Franciosi 
Secretário-geral da FLAI CGIL de Módena |