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AmBev vem com tudo

contra o novo sindicato

Suspende 13 trabalhadores sindicalizados

Após 11 dias da fundação do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Vendas da Companhia Cervejeira AmBev Peru SAC (SITRAMBEVSAC), na segunda-feira 2 de julho, a empresa suspendeu, por seis dias, nove sindicalizados e quatro dirigentes com o pretexto de haverem cometido irregularidades na venda da cerveja, de acordo com uma auditoria realizada em 25 de maio.

 

Para Homero Zumaran, secretário geral do SITRAMBEVSAC, a empresa os suspendeu com o propósito de amedrontar os funcionários sindicalizados, “que coincidência, justamente poucos dias após ter saído o reconhecimento do nosso Sindicado, a empresa considerou que cometemos falta grave e o mais surpreendente é que só estão envolvidos nesta situação os sindicalizados”.

 

Há dez dias, o gerente de vendas Carlos Ángulo e os supervisores estiveram interrogando os trabalhadores, convidando-os para reuniões onde ofereciam cerveja na conversa, “o que estavam fazendo realmente era indagar sobre o Sindicato”, afirmou Carlos Huapaya, subsecretário geral.

 

“Estavam querendo saber quem eram os cabeças. Foi praticamente um operação realizada na semana passada. Na segunda-feira, 2 de julho, comparecemos ao nosso centro de trabalho como de costume, e então fomos pegos de surpresa, porque suspenderam 13 de nós e leram os resultados de uma auditoria do mês de maio”, destacaram os dirigentes.

 

“Consideramos que é um pretexto, o que eles querem é desaparecer com o nosso Sindicato. É estranho que, depois de tantas semanas, só agora percebam que há problemas, sendo que nós fazemos liquidação diariamente, e jamais fomos repreendidos nem pelo supervisor nem pelo gerente de vendas. Eles gerenciam o sistema, comprovam os pedidos, e quando há devolução de material de promoção, nós o fazemos entregando em um envelope e eles conferem o conteúdo. Não há forma de errarmos, porque eles controlam tudo”.

 

Segundo a auditoria, os trabalhadores “teriam dado” aos clientes mais bonificações da Cerveja Brahma do que lhes eram devidas, e faltavam tirinhas de promoção. Os trabalhadores se justificam afirmando que, antes de entregar uma bonificação, solicitam a autorização do gerente de vendas ou do seu supervisor, que verbalmente dão a autorização. “Sempre foi assim para todos os trabalhadores de vendas, a única coisa diferente é que todos os que fomos suspensos fazemos parte do sindicato”, reiterou Huapaya.

 

O SITRAMBEVSAC está integrado por 62 trabalhadores que estão trabalhando na Companhia Cervejeira AmBev Peru SAC em períodos que giram de um a nove anos.

 

Julio Falla, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores Setor Alimentos, Bebidas e Afins (FNT-CGTP-ABA), afirmou que a suspensão dos 13 trabalhadores é uma “prática antissindical, não é uma casualidade eles terem suspendido somente trabalhadores filiados ao novo e atuante Sindicato.

 

O receio da empresa é que o sindicato cresça e se una ao Sindicato de produção, e juntos sejam uma só força. Não podemos perder de vista que a AmBev, desde que opera no Peru, nunca dividiu parte de seus lucros com os trabalhadores”, lembrou.

 

Enquanto os dias passam, a FNT-CGTP-ABA continua apoiando os trabalhadores, e já se reuniu com o vice-ministro do Trabalho Pablo Checa que, ao ser informado desta arbitrariedade, ordenou uma inspeção para que se comprove in situ o que aconteceu. Os trabalhadores devem apresentar suas justificativas no dia 9 de julho.

 

“De acordo com a AmBev foi feita uma auditoria. A pergunta que temos a fazer para estas pessoas é se essa auditoria recaiu sobre todos os trabalhadores ou somente nos filiados ao Sindicato. Nós, como Federação, estaremos acompanhando-os em todos os processos legais que devam ser levados a cabo, e para isto temos a absoluta certeza de que contaremos com o apoio da nossa Internacional”, garantiu Falla.

 

A FNT-CGTP-ABA solicitou apoio à UITA, para fazer com que a política antissindical da AmBev no Peru seja conhecida internacionalmente.

 

“Precisamos fazer pressão política, estas pessoas têm como objetivo  eliminar o Sindicato recém-constituído. É uma prova de fogo. Enquanto isto, os companheiros se mantêm unidos”, garantiu Falla.

 

 

 

Em Lima, Julia Vicuña Yacarine

Rel-UITA

12 de julho de 2012

 

 

 

 

Foto: Julia Vicuña Yacarine

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