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República Dominicana

 

Com Ramón Rodríguez, da CMP

de San Francisco de Macoris

Nestlé: viciada em
adrenalina antissindical

 
A fúria antissindical da Nestlé volta a cair sobre os trabalhadores e trabalhadoras da República Dominicana. Desta vez, um gerente monta uma provocação - a demissão de dois trabalhadores históricos - para minar o Sindicato dos Trabalhadores da Nestlé de São Francisco (SITRANESTLESF). Sirel conversou com Ramón Fernández, coordenador-geral da Coordenadoria de Movimentos Populares (CMP) de San Francisco de Macorís, que está mobilizada em solidariedade aos perseguidos.


 
-Qual é a sua percepção sobre o que está acontecendo na fábrica da Nestlé?
-As organizações populares de San Francisco têm um vínculo de solidariedade e carinho, há muitos anos, com o SITRANESTLESF. O atual gerente local da Nestlé, Karl Brodbeck, criou muitos problemas internos, pois usa um estilo arrogante, prepotente, e suas ações têm como propósito desequilibrar o Sindicato.

O gerente Peter Brodbeck  pretende demitir dois trabalhadores históricos da companhia: Rafael Serrano e Juan Ramón Durán, com 25 e 26 anos de serviço na empresa.


Essa pessoa já vinha desenvolvendo um processo de perseguição aos trabalhadores, mas agora foi a gota d’água, já que ele levou à Justiça do Trabalho dois trabalhadores históricos da companhia:
Rafael Serrano e Juan Ramón Durán, com 25 e 26 anos de serviço na empresa, respectivamente.

 
-Como a comunidade está reagindo diante disto?
-Os grupos sociais têm promovido um ambiente de reconciliação através do Bispo da Diocese da região e do governo provincial, mas mesmo assim o gerente permanece fechado a um entendimento e não demonstra nenhum sinal de flexibilidade. Ele não quer uma saída civilizada, negociada, apenas insiste em que estes companheiros serão julgados em um Tribunal do qual temos muitas e fundadas suspeitas de parcialidade, já que a justiça aqui funciona de forma inadequada, quase sempre contra os setores mais frágeis da população.

 
Nós convocamos todas as organizações populares e, caso a Nestlé continue querendo despedir a estes companheiros, já temos algumas atividades programadas.
 
-Quais são as razões que a empresa alega para recorrer à justiça?
-Foi feita uma armação, segundo a qual os dois se rebelaram contra o gerente. O fato é que ambos estavam em uma sala consultando sobre um assunto quando
o gerente Brodbeck invadiu a sala e os acusou de não estarem trabalhando. Eles explicaram que a máquina estava parada e sendo reparada por outro trabalhador.
 
Isso gerou uma troca de palavras e o gerente entendeu que o tom de voz dos trabalhadores foi "alto demais" e, portanto, procurou testemunhas falsas para acusar Serrano e Durán no julgamento. Aliás, essas testemunhas foram muito imprecisas e contraditórias em suas declarações, de modo que está ficando bastante claro que foi uma armação montada pela Nestlé para se livrar de dois trabalhadores históricos e que são referências para a fábrica e a comunidade.
 
-Qual é a relação entre o SITRANESTLESF e a comunidade de San Francisco?
-Temos um vínculo de fraternidade, em termos históricos, porque foi o primeiro Sindicato a ser fundado neste município, e temos sempre mantido uma troca solidária. O Sindicato, da mesma forma que as outras organizações, sempre participa das manifestações, atividades de capacitação, etc.

 
-Quais ações vocês pensam em levar a cabo?
-Começaremos com as mobilizações à frente da empresa, na estrada principal da região, onde estão localizadas a Universidade, o Centro Municipal, o Estádio e outras instituições importantes da região.

Foi uma armação montada pela Nestlé para se livrar de dois trabalhadores históricos e que são referências para a fábrica e a comunidade.


Se a empresa toma uma decisão extrema, teremos que recorrer a tais ações, apesar de preferirmos chegar a uma solução por meio da negociação.
 
-O que aconteceu com o inquérito sobre o assassinato, em julho passado, de Félix Ramón Fernández, quando ocupava o cargo de secretário-geral do SITRANESTLESF?

-Prenderam alguns jovens, mas não foi encontrada nenhuma prova. Estamos exigindo ao Ministério Público que amplie as investigações, porque apesar de ter a aparência de um homicídio criminoso comum, aqui já foram cometidos assassinatos por encomenda, pelas mãos de criminosos que são contratados como pistoleiros para executar pessoas marcadas.
 
Recentemente tivemos o caso de uma jovem que foi executada por dois criminosos comuns contratados pela máfia local de narcotraficantes. Significa que já há assassinatos que parecem ser comuns, mas são assassinatos com autores intelectuais. Insistimos para que esta investigação seja aprofundada.
 
 

Em Montevideo, Carlos Amorín

Rel-UITA

11 de novembro de 2010

 

 

 

 

Foto: Bernabel Matos

 

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