A Nestlé estima que apresentará um crescimento de 10 por cento no seu volume de vendas no Brasil este ano, com um resultado adicional de R$ 1.000 milhões (555 milhões de dólares). As vendas totais da multinacional suíça naquele país oscilam em torno dos R$ 11.000 milhões (6.100 milhões de dólares)

Se conseguir esse resultado, a empresa aumentará em 140 mil toneladas a venda dos 141 produtos comercializados no país. Atualmente, a Nestlé processa por mês 1,4 milhão de toneladas de produtos.

Segundo um estudo realizado pela LatinPanel, as vendas da multinacional quase triplicaram desde 2001, superando os índices de inflação e do Produto Interno Bruto nesse período. Para Ivan Zurita, presidente da Nestlé Brasil, o crescimento da empresa está ligado ao aumento de renda da população e a um maior acesso ao crédito. “Nosso crescimento em 2007 se sustenta no maior poder de compra das pessoas, principalmente aquelas de baixa renda, incorporamos um universo da população do qual não fazíamos parte antes”, afirmou.

Zurita também mencionou que o aumento do preço das matérias primas foi um obstáculo a ser vencido pela companhia durante este ano. “Em que pese o preço dos produtos básicos (milho, soja, etc.) ter oscilado bastante durante o ano, somos otimistas com o crescimento da empresa e devemos dar um salto de 10 por cento”, acrescentou.

Este crescimento -segundo Zurita- possibilitou investimentos em diversas regiões do país. Neste ano a Nestlé inaugurou três novas fábricas produtoras: uma em Feira de Santana (Bahia) que produz massas e engarrafa bebidas achocolatadas, cereais e café solúvel; uma em Araçatuba (São Paulo) de fórmulas infantis; e uma em Palmeira das Missões (Rio Grande do Sul) destinada a elaborar produtos lácteos. Com relação a este último segmento, a Nestlé está revendo a estratégia que utilizará no Brasil como plataforma de exportação de lácteos para outros países da América Latina. “Com o aumento da procura interna, nossa principal preocupação é abastecer o Brasil. Este ano cerca de 92 por cento da produção da companhia ficará no mercado nacional”, afirmou Zurita.

A Nestlé também está ampliando sua produção de leite com um investimento que deve chegar aos R$ 100 milhões (55,5 milhões de dólares). A nova unidade, instalada em Palmeira das Missões, contará com capacidade para processar até 2,5 milhões de litros de leite, que serão somados aos 8 milhões de litros que a empresa capta atualmente.

A inaugurada em Araçatuba será a mais moderna fábrica de alimentos para lactantes do mundo e a metade da sua produção está destinada à exportação. Este segmento representa 12 por cento das vendas da Nestlé no Brasil e gera R$ 1.000 milhões (555 milhões de dólares).

A companhia possui 28 fábricas no país e, considerando as operações da Nestlé no mundo, o Brasil ocupa uma posição destacada: as vendas da filial brasileira figuram em segundo lugar em volume e em quarto em valor. Segundo Zurita, “a cada 3 por cento de crescimento temos possibilidade de investir em uma nova fábrica”.