A  Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) repudiou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que concedeu liminar colocando em liberdade o empresário Regivaldo Galvão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da freira Dorothy Stang, que apoiava agricultores acampados em Anapu, no Pará

Para o secretário de Política Agrícola da CONTAG, Paulo Caralo, a decisão do Supremo pode deixar o crime impune porque o mandante é o principal culpado. “Isso é muito preocupante, pois a decisão incentiva ainda mais a violência contra os trabalhadores e as trabalhadoras rurais e principalmente as lideranças que lutam pela reforma agrária no Brasil. O que esperávamos é que os acusados desse crime ficassem presos até o julgamento final. Com isso, os autores de vários crimes ficam livres, podendo até voltar a se envolver em outros delitos, antes mesmo do julgamento, com o risco de desaparecerem, para fugir da Justiça,”, explicou.

Campanha

Segundo Caralo, a impunidade e o silêncio abrem caminho para a ocorrência de novos crimes no campo. Uma das ações para denunciar os casos foi a Campanha Internacional de Combate à Violência do Campo da CONTAG e a UITA, realizada em março deste ano, em Porto Alegre. Ela teve o objetivo de sensibilizar a sociedade, incentivando a denúncia de qualquer tipo de violência no meio rural. “Seja trabalho escravo, infantil, contra mulheres ou contra acampados, assentados ou lideranças que fazem a luta pela reforma agrária”, destacou. Para denunciar qualquer violência no campo, basta procurar a policia ou o sindicato de trabalhadores rurais na sua cidade.

Agência CONTAG de Notícias