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Campanha Internacional de Combate
à Violência no Campo

REPERCUSIONES

en la prensa

 

 

 

 

 

Dos 100 milhões de hectares grilados
no pais, 30 milhões estão no Estado

Cerca de 100 milhões de hectares de terras públicas estão sob grilagem no país, dos quais 30 milhões de hectares estão no Pará. Foi o que constatou recente pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), contratada pelo Ministério do Meio Ambiente. O resultado do levantamento está no livro 'A grilagem de terras públicas na Amazônia brasileira', que será lançado hoje, pelo ministério e pelo MPEG, às 14 horas, no auditório do Museu.

  

No lançamento, haverá um debate com o secretário executivo de Ciência, Tecncologia e Meio Ambiente, Raul Pinto de Souza Porto; pesquisador do Goeldi, Roberto Araújo Santos; e o procurador da República Felício de Araújo Pontes. Na ocasião, também vai ser lançado o livro 'Sistema de Licenciamento Ambiental em propriedades rurais do Estado do Mato Grosso'.

 

O estudo, que resultou no livro 'A grilagem de terras públicas na Amazônia brasileira', analisou casos de apropriação indevida de terras públicas na região, associados ao desmatamento e à exploração ilegal de madeira. A eficácia dos mecanismos jurídicos e institucionais de controle da grilagem não ficou de fora da avaliação. O foco da pesquisa foi a rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), que, no Pará, alcançou a capital Belém, os municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Itaituba, Marabá, Medicilândia, Pacajá, Rurópolis, Santarém, São Félix do Xingu, Trairão, Uruará, Xinguara e as localidades de Castelo dos Sonhos e Vila Planaltina.

 

A pesquisa procurou identificar os principais agentes sociais, econômicos e políticos (posseiros, fazendeiros, especuladores de terras, madeireiros, políticos e funcionários públicos, entre outros) envolvidos nos esquemas de grilagem de terras públicas, bem como seus interesses e lógicas de atuação. Outro foco do estudo foram as fragilidades do sistema de regularização fundiária e alienação de terras públicas no que se refere à atuação dos órgãos fundiários. O estudo propõe medidas e critérios que podem ser adotados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para a regularização das áreas ocupadas e destinação das terras públicas na região.

 

Mato Grosso

 

Já o livro sobre o 'Sistema de Licenciamento Ambiental em Propriedades Rurais no Estado de Mato Grosso' resultou da pesquisa do Instituto Socioambiental (ISA) e do Instituto Centro de Vida (ICV), contratados do mesmo ministério, que desvendou o mistério do estado continuar entre os que mais desmatam no país, apesar de possuir um dos mais modernos e inovadores sistemas de controle e monitoramento da floresta. Para comentar o livro, também estará no auditório do Goeldi, participando do debate, o representante do ICV e especialista em engenharia de transportes urbanos com aperfeiçoamento em políticas ambientais, Sérgio Henrique Guimarães.

 

Os livros integram a 'Série Estudos', editada pelo Projeto de Apoio ao Monitoramento e Análise, do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, vinculado à Secretaria de Coordenação da Amazônia.

 

Marcados para morrer esperam por proteção AMEAÇADOS, OAB do Pará diz que a responsabilidade pela proteção deve ser do Estado

 

Vários trabalhadores rurais do Estado do Pará, cujos nomes aparecem na lista dos mais de 40 marcados para morrer, ainda não estão no programa de proteção aos defensores dos direitos humanos. Constam dessa lista o trabalhador rural Sinato Silva, 47 anos, casado, pai de um filho ainda criança, em Inhangapi, no nordeste do Estado, o de Antônio Gomes, 49 anos, casado, pai de seis filhos, que lidera 16 mil associados em Marabá, no sudeste paraense. Todos fizeram denúncias sobre as ameaças à Delegacia de Conflitos Agrários e ao governo do Estado e aguardam uma resposta sobre as investigações. A advogada Mery Cohen, da Comissão de Direitos Humanos da OAB/PA disse que trata-se de um dever do Estado assegurar a eles todas as garantias de proteção à vida e ao prosseguimento de suas atividades na organização dos trabalhadores contra o latifúndio. 'É um dever do Estado garantir o direito de viver dessas pessoas. O Estado precisa intervir em favor desses trabalhadores em risco', sugeriu. Como os trabalhadores ainda estão aguardando a resposta do governo sobre as denúncias, esses trabalhadores devem procurar urgentemente o programa de proteção que funciona na Defensoria Pública do Estado.

 

Latifúndio

 

A violência no campo não atinge apenas aquele indivíduo ou aquela pessoa que tomba. Todos os trabalhadores do campo acabam sendo vítimas da violência do latifúndio. No lançamento da Campanha Internacional contra a Violência no Campo, os presentes lembraram algumas das vítimas, promovendo uma homenagem aos milhares de homens e mulheres que sofreram a ação criminosa dos que violam os direitos humanos e o direito à vida.

 

 

1985 -  Rio Maria (PA) - João Canuto de Oliveira foi executado com 14 tiros. O capitão Edson, da PM de Xinguara, deu cobertura para a fuga dos pistoleiros.

 

 

1991 - Rio Maria (PA) - Expedito Ribeiro da Silva, que sofria fortes ameaças, foi barbaramente assassinado. Depois de 15 anos, o pistoleiro está preso e o mandante continua foragido.

 

 

1996 -   Curva do S, Eldorado dos Carajás (PA) - Dezenove trabalhadores foram executados pela Polícia Militar no massacre de Eldorado dos Carajás. Nenhum acusado está preso.

 

 

1997 - Mãe do Rio (PA) - Rejane Guimarães, liderança feminina na região nordeste paraense, foi brutalmente assassinada na frente de seus dois filhos. O crime nunca foi a julgamento.

 

 

1999 -  Parauapebas (PA) - Euclides Francisco de Paulo. Apesar de ter denunciado diversas vezes as ameaças sofridas, acabou assassinado num crime por encomenda. O pistoleiro está preso e os mandantes não foram a julgamento.

 

 

2000 -  Rondon do Pará (PA) - José Dutra da Costa, o Dezinho, presidente do sindicato, morreu na porta de sua casa ao atender o pistoleiro. Ninguém foi punido e sua esposa está ameaçada, fazendo parte da lista dos marcados para morrer.

 

 

2001 -  Altamira (PA) - Ademir Alfeu Federici, o Dema, foi morto a tiros por pistoleiros, a mando de envolvidos com extração ilegal de madeira. Apenas um pistoleiro está preso.

 

 

2001 - Marabá (PA) - José Pinheiro de Lima, Cleunice Campos Lima e Samuel Campos Lima (marido, mulher e filho) foram chacinados por pistoleiros dentro de casa. O crime não foi a julgamento. O filho sobrevivente, que luta pela punição dos assassinos, vive hoje no Programa de Proteção a Tsestemunhas.

 

 

2002 - Brasília (DF) - Bartolomeu Morais da Silva, delegado sindical, foi assassinado por pistoleiros. Três executores estão presos e os mandantes não foram a julgamento.

 

 

2005 - Anapu (PA) - Irmã Doroty Stang, missionária que apoiava a luta pela terra e pela preservação do meio ambiente, foi barbaramente assassinada.

 

 
Diario O Liberal

publicado 8 de junio de 2006

 

 

 

 

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