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Honduras

Giro europeu em solidariedade

ao povo hondurenho

A Frente Nacional Contra o Golpe de Estado na Europa

para romper o cerco através da mídia

 

Diferentes organizações sociais, políticas e sindicais de Zaragoza, Comunidade autônoma de Aragão, Espanha, constituíram, dias atrás, a Plataforma de Solidariedade com Honduras. O objetivo desta iniciativa - que se espera possa ser retomada também no resto do Estado espanhol e nos demais países europeus– é manifestar o repúdio ao golpe de Estado militar do dia 28 de junho deste ano, exigir o imediato retorno das instituições democráticas ao país e a criação de uma Assembléia Constituinte. Além disso, se pede ao governo espanhol e à Comunidade Européia que se comprometam com fatos e não apenas com palavras na defesa dos direitos sociais, políticos e humanos do povo hondurenho.

Betty Matamoros

 

Entre as ações concretas a se tomar nos próximos dias, membros da Frente Nacional Contra o Golpe de Estado começaram um giro de cinco semanas por diferentes países da Europa para mostrar o que está verdadeiramente acontecendo em Honduras, e assim romper o cerco através da mídia imposto pelo governo provisório de Roberto Micheletti e manter coesas as diferentes expressões de solidariedade com a luta do povo hondurenho.


Para saber, com detalhes, como surgiu e como se desenrolará esta importante atividade, Sirel conversou com Betty Matamoros, membro da Frente Nacional Contra o Golpe de Estado e coordenadora da Comissão Internacional desta organização.
 

-Quais são os objetivos deste giro pela Europa?

-A atividade, iniciada a partir da Espanha, prevê a participação de dois membros da Frente Nacional Contra o Golpe de Estado, neste caso o companheiro Erasto Reyes e eu, com o objetivo de romper o cerco através da mídia imposto pelo governo de fato e mostrar o que está acontecendo de verdade em Honduras. Temos previstas várias atividades na Espanha, Itália, Áustria, Suíça, Bélgica, Dinamarca e Suécia.

 

Os golpistas, através de seus meios, fazem circular a informação para o exterior de que aqui não houve um golpe de Estado, e sim uma sucessão presidencial democrática, o que nem sequer está tipificado na nossa Constituição. É fundamental poder falar de todas as violações aos direitos humanos que surgiram desde o dia 28 de junho deste ano, mostrar a realidade que estamos vivendo, nossos planos de resistência, e fomentar a solidariedade internacional com a criação de comitês de apoio à nossa luta.

 

A agenda prevê também encontros com autoridades municipais e nacionais para sensibilizar sobre o tema do golpe de Estado e, desta forma, tornar mais contundentes o posicionamento e as medidas concretas contra o governo de fato.

 

-Em Honduras você coordenou e acompanhou várias delegações internacionais da Aliança Social Continental. Qual foi a importância desta presença?

-A presença destas delegações, de meios internacionais, como por exemplo a sua cobertura para a UITA, foram muito importantes para romper o cerco através da mídia. No caso destas delegações, puderam se reunir com inúmeras organizações e se dar conta da realidade vivida no país. E isto lhes permite regressar aos seus países, mostrar o que viram e escutaram, e pressionar as instituições e os governos a tomar posições concretas contra o golpe.

 

Neste sentido, de 8 a 10 de outubro, será realizado em Honduras o primeiro “Encontro Internacional contra o golpe de Estado e pela Assembléia Nacional Constituinte”, onde se pretende gerar espaços amplos de discussão sobre temas de interesse social, político e econômico de ordem internacional e estudar as consequências que nos afetam como comunidade latino-americana em particular. Além disso, serão criadas redes de trabalho em cada país onde se integram os diferentes tipos de organizações, para tornar mais eficaz a ação internacional solidária e o fluxo de informações de caráter alternativo a serviço de todos os processos por que passa a região.

 

-Como você avalia atualmente a situação vivida em Honduras e a atitude da comunidade internacional?

-O governo de fato continua com a sua atitude totalmente intransigente, no entanto, a comunidade internacional se mantém muito pouco beligerante, com algumas medidas de pressão contra os golpistas, porém sem a contundência necessária.

 

-Enquanto isso a resistência continua a sua luta…

-Sinceramente, depois de tantos dias temíamos que o cansaço pudesse baixar o nível de mobilização das pessoas. No entanto, vimos que as pessoas continuam com uma disposição e um compromisso de país nunca antes visto em Honduras.

No dia 15 de setembro houve uma mobilização impressionante, como nunca havíamos vivido no passado, e todos os dias milhares de pessoas continuam saindo às ruas, convencidas de que estão fazendo o que é certo para restabelecer a democracia e nos encaminhar para uma Assembleia Constituinte.

 

-O governo de fato tratou de, novamente, silenciar as vozes contrárias ao golpe.

O que aconteceu?

-O governo provisório, através da Comissão Nacional de Telecomunicações (CONATEL) e da Procuradoria, interveio na empresa Cable Color, obrigando-a a suspender o serviço de Internet, Vozip e por satélite, afetando desta maneira os sinais dos meios de comunicação como o Canal 11, o Canal 36 (Cholusat Sur) e a Radio Globo.

Foi somente graças à mobilização das pessoas, que se reuniram diante das instalações  desta empresa, que foi possível impedir este novo atentado à liberdade de expressão.

 

-A poucas horas de partir para a Europa, qual é o seu apelo às organizações que, a nível mundial, se solidarizam com a luta da resistência hondurenha?

-Agradecemos tudo o que estão fazendo no mundo para apoiar a nossa luta, e faço um apelo tanto às pessoas de todo o mundo como aos hondurenhos que vivem no exterior, para que se unam nesta luta que é justa e necessária.

 

 

 

 

Em Manágua, Giorgio Trucchi

Rel-UITA

25 de setembro de 2009

 

 

 

Fotos: Giorgio Trucchi e Indymedia Chiapas

 

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