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   Argentina SINDICATOS

     
 

Com Carlos Molinares

A Federação da Carne
bloqueia o Mercado de Gado
de Liniers

 

 
Em um comunicado, divulgado ontem, a Federação Gremial do Pessoal nas Indústrias das Carnes e Derivados explicou a medida pela “incerteza de grande parte dos trabalhadores em manter seus empregos e em solidariedade aos cerca de 500 companheiros que seriam demitidos da fábrica frigorífica JBS Swift localizada na cidade de Venado Tuerto, Santa Fé". Sirel dialogou sobre isso com Carlos Molinares, secretário da Federação.


-Por que vocês estão bloqueando o mercado de Liniers?
-Paralisamos Liniers desde domingo ao meio-dia, e praticamente não entrou gado no Mercado. Também estamos fazendo um bloqueio na estrada em frente a um frigorífico JBS que fechou. O objetivo é chamar a atenção, tanto do governo nacional quanto dos provinciais, para o fato de que não estamos tendo uma resposta adequada às perdas de emprego que já estamos sofrendo e às que poderão acontecer em futuro imediato.


-Quais são essas perdas?

-Há dois meses, apresentamos um relatório ao Ministério do Trabalho da Nação no qual demonstramos que, de 2009 até hoje, já perdemos mais de 8 000 postos de trabalho.

Oito mil trabalhadores estão com os seus empregos ameaçados. Em reuniões mantidas com autoridades do governo, não obtivemos nenhum resultado.


Até dezembro
passado havia cerca de 3.000 companheiros no Programa de Recuperação Produtiva, que é uma subvenção concedida pelo governo para manter essas fontes de trabalho. Também tivemos mais 4 mil trabalhadores solicitando a integração a este programa e 8 mil mais em garantia horária1


Tudo isso nos vem alertando que, em breve, haverá demissões em função das grandes dificuldades que o setor atravessa.


-Qual foi a reação do Ministério a esses dados?
-Ainda não recebemos uma resposta concreta. Hoje, já existem 500 trabalhadores da JBS Swift no olho da rua, que se somam aos 160 trabalhadores despedidos de um frigorífico da província de Buenos Aires. E nós temos a informação de que seriam fechadas, no próximo mês, outras importantes fábricas no país.
 

- Este é o resultado de um problema de produção ou de uma política dos frigoríficos?
-Há uma série de fatores que se combinaram desde 2009: uma seca prolongada, muitos pecuaristas que se converteram em produtores de soja, provocando uma forte queda no estoque, as políticas equivocadas para o setor, a falta de agilidade em licenças de exportação e a concentração quase oligopolista do setor.


Também estamos conscientes de que a crise econômica mundial está afetando os negócios do setor.


O problema é que ninguém pega o touro pelos chifres e a corda sempre arrebenta do lado mais fraco que, neste caso, são os trabalhadores.


-Você está pedindo uma entrevista com a presidenta Cristina Fernández?
-Depois de todas as reuniões, que tivemos nos últimos três meses com todos os ministérios, não obtivemos nenhum resultado. Agora queremos oferecer informações, em primeira mão à Sra. Presidenta, sobre a situação que os companheiros estão atravessando.


-Por quanto tempo vocês manterão esta medida?
-Atualmente é por tempo indeterminado, até que consideremos que o que nos propõem pode garantir as fontes de trabalho que temos hoje. Não queremos mais demissões.


-Quantas pessoas trabalham no frigorífico?
-Temos mais de 30 mil companheiros no setor, mas neste momento mais de 8 mil estão com seus empregos ameaçados.

 

 

Em Montevidéu, Carlos Amorín

Rel-UITA

15 de março de 2012

 

 

 

 

1 Garantia horária que assegura ao trabalhador uma renda mínima equivalente a 140 horas por mês, a ser paga pela empresa, mesmo não havendo produção na fábrica.

 

Foto: Gerardo Iglesias

 

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