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   Brasil

     
 

Com Päivi Pöyhönen

Quando o massacre 

deixa de ser silencioso

   

 

FinnWatch é uma ONG que observa e investiga as companhias finlandesas que operam em países em desenvolvimento, com foco nos direitos humanos, nas condições de trabalho, no meio ambiente e no desenvolvimento social. No marco de um projeto do Centro de Solidariedade Sindical da Finlândia (SASK) no Brasil, foi feita uma pesquisa sobre a responsabilidade dos importadores nórdicos em geral –particularmente os finlandeses - de carnes e aves procedentes desse país. Sirel dialogou com Päivi Pöyhönen, pesquisadora da FinnWatch, para conhecer o alcance da pesquisa e seu impacto na mídia. 

 

 

- Como você tomou conhecimento da situação do setor de frigoríficos no Brasil? 

-Através de informações fornecidas pelo SASK e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação da Finlândia (SEL), que tem um projeto neste país junto à Rel-UITA e suas organizações filiadas: CONTAC e CNTA.

 

-Qual foi o seu sentimento ao se inteirar do massacre sofrido por milhares de trabalhadores e trabalhadoras nas avícolas brasileiras? 

-Foi algo que me impressionou e que, ao mesmo tempo, me entristeceu muito. É inaceitável que 25 por cento dos trabalhadores e trabalhadoras das fábricas avícolas, por exemplo, sofram de Lesões por Esforços Repetitivos (LER). 

 

Ainda mais surpreendente foi saber que as companhias finlandesas não estejam cientes desta situação, apesar de realizarem visitas frequentes às fábricas no Brasil. Eles ainda contam com trabalhadoras e trabalhadores finlandeses radicados ali, que realizam tanto visitas como auditorias.

 

No entanto, estas não incluem os aspectos "Segurança e Saúde", porque consideram que os frigoríficos e avícolas no Brasil são muito modernos e seus trabalhadores têm condições de trabalho apropriadas.

 

Por esta razão, as empresas não acreditam nos números encontrados pela pesquisa que fizemos, com base em dados fornecidos pela CONTAC e pela CNTA

 

-Como a imprensa finlandesa reagiu com relação à sua pesquisa? 

-Nós tivemos uma boa difusão. O mais importante jornal local publicou, na 1a. página, uma grande pesquisa, inclusive confirmando as informações contidas em nosso estudo através de suas próprias fontes. 

 

Também foi reproduzido em muitos outros meios de comunicação da Finlândia, de modo que o estudo teve uma grande repercussão nacional. 

 

-Como você avalia o impacto da pesquisa depois da sua difusão pública na Finlândia? 

-O resultado mais notório foi o de termos conseguido que todas as companhias ficassem cientes desta lamentável situação, uma vez que o relatório final do estudo foi enviado para cada uma das empresas e todas foram convidadas para a apresentação dos resultados do trabalho. Algumas empresas até fizeram comentários sobre o relatório.

 

Além disso, muitas companhias manifestaram interesse em participar da apresentação e contamos com a presença da empresa sueca North Trade. Eles também ficaram muito surpresos com os resultados obtidos.

 

Em termos gerais, tiveram uma atitude muito positiva em relação à nossa pesquisa.

 

 

Em Montevidéu, Laura Madero

Rel-UITA

23 de junho de 2011

 

 

 

  

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