Argentina

 

Rumo a um Departamento Mundial
 do Setor Lácteo da UITA

 
Na última sexta-feira 12, ocorreu o encerramento da Conferência Internacional do Setor Lácteo da UITA, em Buenos Aires e em Sunchales, com a participação de mais de 120 pessoas de 22 países.

 

Na segunda e última jornada, vários delegados de países europeus como Alemanha, Dinamarca, Espanha, França e Suécia, assim como da África do Sul, contribuíram com um rápido diagnóstico sobre a situação do setor em seus respectivos países, e sobre os seus próprios sindicatos.

 

Surgiram numerosas coincidências e algumas diferenças com relação às abordagens feitas no dia anterior por vários representantes de países latinoamericanos, que destacaram as permanentes dificuldades que enfrentam com várias empresas, especialmente com a transnacional Nestlé.

 
Em seguida, o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Laticínios da Nova Zelândia (NZDWU, na sigla em inglês), James Ritchie, traçou um esboço da produção e da indústria láctea no país, descreveu as principais dificuldades que o movimento sindical neozelandês vem enfrentando, devido a uma nova onda de medidas neoliberais promovidas pelo atual governo, e destacou que, no entanto, o NZDWU com seus 7 mil membros permanece em uma sólida posição.

 

"A produção láctea é vital para o país por ser o principal produto de exportação", disse ele, explicando uma das razões pelas quais o Sindicato não sofreu muitos ataques. Além disso, Ritchie destacou a importância da articulação com os outros sindicatos do setor, com especial atenção para a sua relação fluida com a Associação dos Trabalhadores da Indústria Leiteira da República Argentina (ATILRA).

 

Mais tarde foi a vez da "Mesa de análise do setor lácteo global. Uma perspectiva a partir do MERCOSUL", durante a qual Enildo Iglesias, da Secretaria Regional para a América Latina da UITA, apresentou uma síntese do seu relatório "A indústria láctea no Cone Sul a partir de uma perspectiva sindical", um dos documentos que serviu de base para a Conferência.

 

Enildo Iglesias chamou a atenção para o fato de ser ainda um relatório preliminar, já que deve ser corrigido e ampliado com as informações fornecidas pelos participantes da Conferência. Em sua apresentação, além de fornecer valiosas cifras e dados quantitativos sobre a sub-região, destacou que todos os países que integram o Mercosul têm problemas com estrangeirização e concentração da terra, recurso essencial para a produção de leite.

 

Enildo Iglesias destacou ainda que, no atual contexto de crescente crise hídrica global, é importante analisar o alto consumo de água que esta atividade exige.

 

Também reforçou a crescente preocupação dos grupos de consumidores com o bem-estar animal em relação às condições de criação e exploração. Alertou sobre o uso, em diversos países da região, do hormônio bovino comercializado pela Monsanto para aumentar a produtividade das vacas, sendo este hormônio uma forte ameaça para a saúde dos animais e dos consumidores.

 

Finalmente, descreveu a situação sindical nos estábulos leiteiros e na indústria, trazendo várias propostas de trabalho para o futuro.

 

Depois foi a vez do subsecretário de Laticínios, Arturo Jorge Videla, que destacou o grande interesse e apoio que o setor está recebendo do governo, a tal ponto que já tem quase pronto um projeto de Programa de Laticínios, que traça objetivos nacionais e delimita responsabilidades, direitos e deveres para os diversos atores do setor, bem como estabelece critérios claros de política conquistados por meio do diálogo, do intercâmbio e do acordo.
 
A apresentação concreta do programa foi realizada por Roberto Socin, diretor regional de Planificação Estratégica Setorial e também um produtor de leite.


A Conferência chegou ao seu fim com uma apresentação feita pelo secretário-geral da UITA, Ron Oswald, que parabenizou os organizadores, especialmente a ATILRA, com destaque para o fato de esta Conferência ter sido a realização de um sonho longamente cultivado.
 
A delegação espanhola interveio para propor a criação de um
Departamento Mundial do Setor Lácteo na UITA, o que foi apoiado por várias delegações. O próprio Oswald concordou com a iniciativa e anunciou que a levaria para o Comitê Executivo Mundial da UITA para ser analisada, e convidou a ATILRA, representada pelo seu secretário-geral Hector Ponce, a participar da reunião para apresentar ele mesmo a proposta, o que foi aceito pelo sindicalista argentino.

 
Ron Oswald assinalou que só é possível realizar este propósito se as organizações filiadas assumirem esta responsabilidade, e afirmou ter plena confiança de que assim será.
 
Uma parte importante das delegações estrangeiras visitou Sunchales, na província de Santa Fé, onde foram percorridas instalações de capacitação para jovens, do Instituto Nacional de Pesquisa Agropecuária (INTA), da unidade cooperativa Sancor e, naturalmente, do próprio sindicato ATILRA, no qual destacou-se a
Clínica 10 de setembro, que com uma infraestrutura de ponta oferece assistência integral à saúde dos trabalhadores da região.

 

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Em Sunchales, Carlos Amorín

Rel-UITA

15 de março de 2010

 

 

 

 

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