As atividades do 4
º dia do 10º Congresso
Nacional da CONTAG começaram com
um ato em defesa da
Campanha
Pelo Limite da Propriedade da Terra no
Brasil.
Com o tema “Em
Defesa da Reforma Agrária e Soberania
Territorial e Alimentar”,
a campanha tem o objetivo de coletar
mais de um milhão de assinaturas para
embasar proposta de emenda à
constituição que limite o tamanho da
propriedade no País em até 35 módulos
fiscais.
A campanha é coordenada pelo
Fórum Nacional pela Reforma Agrária e
Justiça no Campo
(FNRA). O secretário-executivo do
Fórum, Gilberto Portes de Oliveira,
convidou a todos os delegados e
delegadas presentes no Congresso a
participarem ativamente da campanha. “O
Brasil é o segundo país do mundo em
concentração de terras, em que uma só
pessoa é dona de quatro milhões de
hectares, não podemos ficar de braços
cruzados”,
enfatizou.
2,8% do total das
propriedades rurais do País
são latifúndios e ocupam
56,7% das terras
agriculturáveis. Os
minifúndios representam
62,2% dos imóveis rurais e
ocupam 7,9% de área total. |
De acordo com informações do FNRA, 2,8%
do total das propriedades rurais do País
são latifúndios e ocupam 56,7% das
terras agriculturáveis. Os minifúndios
representam 62,2% dos imóveis rurais e
ocupam 7,9% de área total.
O secretário de Política Agrária e Meio
Ambiente da CONTAG, Paulo
Caralo, ressaltou que, sendo a maior
entidade sindical da América Latina,
a Confederação não pode permitir a
concentração de terras por alguns,
enquanto milhões de trabalhadores e
trabalhadoras rurais não têm nenhum
hectare para plantar. “Precisamos
fazer um debate sobre isso com toda a
sociedade e com os poderes constituídos,
para que possamos obter milhões de
assinaturas que, junto com uma proposta
de emenda constitucional, seja enviada
ao Congresso Nacional”, explicou.
Segundo dados do FNRA, se a
propriedade da terra fosse limitada a 35
módulos fiscais, somente cerca de 50 mil
proprietários de terras seriam
atingidos.
A aprovação dessa medida resultaria em
uma disponibilidade imediata de mais de
200 milhões de hectares de terras para
as famílias que hoje aguardam pela
realização da reforma agrária. Isso
ocorreria porque áreas acima de 35
módulos fiscais seriam incorporadas ao
patrimônio público.