Passadas duas semanas do início da greve, os canavieiros 
de Valle del Cauca ainda não conseguiram estabelecer uma 
mesa de negociação. Em diálogo com Sirel, Adolfo 
Tigreros, secretário de Relações Intersindicais do 
Sindicato Nacional de Trabalhadores Cortadores de cana (SINALCORTEROS), 
comentou a situação atual do conflito e as perspectivas 
do sindicato.
 
-Como está a situação dos trabalhadores 
cortadores de cana?
-Continuamos em greve, não foi estabelecida ainda a mesa 
de negociação tripartite, porque o governo não pressiona 
nem obriga os empresários a se sentarem para negociar, 
pelo contrário está proporcionando condições favoráveis 
e exige que os cortadores de cana desbloqueiem as usinas 
para começar a negociação.
 
Além disso, estão utilizando alguns 
sindicatos patronais e gerentes das cooperativas de 
trabalho associado para tratar de subornar alguns 
cortadores
de cana e levá-los para o trabalho lhes 
oferecendo pagar mais. Apesar disto, nós trabalhadores 
permanecemos firmes apoiando a greve.
 
-Quais são as perspectivas deste 
conflito?
-Atualmente os trabalhadores apresentam como proposta 
liberar o acesso das pessoas às usinas e também entregar 
etanol, aguardando a resposta da patronal para iniciar a 
mesa de negociação. Essas são, no momento, as nossas 
perspectivas.
 
Nós estamos muito firmes e o ânimo dos 
companheiros está muito bom. No domingo passado o 
presidente da República, Álvaro Uribe, visitou um 
dos engenhos. Lá tentou, junto com os empresários, 
acabar com a greve dos cortadores de cana, mas não 
conseguiu. Pela primeira vez neste período, com todos os 
meios e o poder que tem ao seu serviço, não conseguiu 
quebrar a unidade dos trabalhadores.
 
Os cortadores de cana o enfrentaram e o 
presidente teve que reconhecer que era uma greve justa e 
pacífica, porque difamam dizendo que há pessoas 
encapuzadas e armadas. Sem dúvida, este fato fortaleceu 
nossa luta e o ânimo de cada trabalhador que permanece 
acampado reivindicando os seus direitos.