Argentina - UTHGRA

Com Norberto Latorre

O turismo social,
uma prioridade do Sindicato

 

Para a União de Trabalhadores do Turismo, Hoteleiros e Gastronômicos da República Argentina (UTHGRA), não se deve poupar esforços nem recursos nas férias, bem como o espairecimento dos seus filiados e de suas famílias. Por isso, quando na Argentina se fala de turismo social e de um serviço que busca a excelência, é impossível deixar a UTHGRA fora disso. Norberto Latorre, secretário de finanças da União, falou com Sirel sobre o funcionamento, o perfil e os novos empreendimentos da UTHGRA neste âmbito.

 

 

-A UTHGRA tem hotel na capital.

-Em Buenos Aires contamos com um pequeno hotel destinado a desempenhar uma função diferente.

Nossos outros hotéis são lugares de descanso e recreação, enquanto que neste ficam hospedados os familiares de nossos filiados do interior que se mudam para a capital por problemas de saúde e tratamentos de alta complexidade. Neste hotel também se hospedam filiados ou dirigentes sindicais do interior que necessitam realizar diversos trâmites em Buenos Aires ou que vêm participar dos eventos de nosso sindicato.

 

- Quantas apartamentos tem o hotel de Los Cocos, nas serras de Córdoba?

-Tem 107 apartamentos e conta com um complexo recreativo, com campos de futebol, quadras de tênis, basquete, padell e piscinas. Estamos preparados para receber o filiado e a filiada em um amplo lugar físico de descanso, no qual incluímos vários programas de recreação para todo o grupo familiar. Para as crianças de 4 a 7 anos temos o mini clube, e para os de 8 a 12, há um grupo de animadores especializados em adolescentes.

 

Além do cálido atendimento personalizado, destacamos também a excelência de nossa cozinha. Costumamos dizer que em nossos hotéis não cabe a frase: “Em casa de ferreiro, espeto de pau”. Nosso cardápio compete de igual para igual com os de mais alto nível.

 

-E em Mar del Plata?

-Ali o hotel possui 110 apartamentos e o Hotel Saxo, uma vez terminada sua remodelação que está em andamento, contará com 97 apartamentos. Reduzimos o número de quartos que este hotel possuía, para aumentar a oferta de suítes e a construção de dois novos elevadores.

Praticamente todas os apartamentos têm uma excelente vista para o mar e estamos construindo um Spa com piscina climatizada, ginásio, sala de hidromassagem, banho turco e finlandês, sauna e sala de relax.

 

-Quantos filiados visitam os seus hotéis anualmente?

-Aproximadamente umas 30 mil pessoas, somando os grupos de baixa e alta temporada.

 

-Quanto o filiado paga para usar os serviços de cada um dos seus hotéis?

-Em alta temporada há uma tarifa que é bastante alta se comparada com o resto do ano, e na baixa temporada são organizados grupos sociais onde praticamente é gratuito, cada seccional paga somente uma taxa.  

A temporada social vai de abril até meados de dezembro em todos os hotéis, e esse sistema permite que os filiados tenham a possibilidade de visitar a região e descansar em nossos hotéis, coisa que às vezes não podem fazer na alta temporada. Quero destacar que os serviços são exatamente iguais aos da alta temporada.

 

-Outro serviço é o traslado até esses centros de férias.

-Exatamente, utilizamos os nossos ônibus de dois andares, semi-leito, que em alta temporada trasladam nossos filiados e filiadas da cidade de Buenos Aires, enquanto que, na baixa temporada, saem também das seccionais do interior do país. Nós mandamos os três ônibus até cada seccional e daí são levados até nossos hotéis. Isto é uma oportunidade que as seccionais têm para mostrar aos seus filiados e filiadas parte de nossa organização em diferentes lugares do país.

 

-O filiado que vai na alta temporada paga menos em comparação com outras hospedagens similares em Mar del Plata ou em Córdoba?

-Sim, exatamente. O filiado paga por volta de 15 a 17 dólares por dia.

 

-Só o apartamento?

-Não, pensão completa, incluindo o transporte. Para aqueles que não conhecem, estamos falando de 830 km se vão a Córdoba e 400 km a Mar del Plata, sempre partindo de Buenos Aires. Na baixa temporada o filiado não paga, a seccional paga uma taxa de mais ou menos 30 dólares por 5 ou 7 dias.

 

-De onde saem os recursos para financiar a compra destas instalações, sua manutenção e os serviços que a UTHGRA oferece ao filiado?

-Os recursos provêm da cota de nossos filiados e filiadas. Mas, além disso, com esses fundos sindicais são construídas muitas coisas que, a rigor, deveriam ser feitas pela obra social, mas nós colaboramos em apoio à obra social, contribuindo financeiramente com, por exemplo, a construção de consultórios, a aquisição de ambulâncias, etc. Em geral, toda a logística feita pela saúde é administrada através dos fundos sindicais para que, dessa forma, a obra social disponha de maiores recursos para dar mais e melhores atendimentos médicos. Portanto, ser duas entidades mas com as mesmas metas e com os mesmos dirigentes nos permite concretizar este tipo de sinergias.

 

Além de ter uma muito boa administração, é importante saber gerenciar bem os recursos, com total transparência, e contar com um sofisticado sistema de informática que nos permite ter muita clareza com a questão. É a contribuição sindical dos filiados e filiadas que realmente permite que possamos crescer da forma como estamos fazendo. Fizemos obras por todo o país, não apenas na parte de hotéis, mas também ampliando e construindo novos locais sindicais, novos consultórios médicos e, fundamentalmente, já construímos e equipamos mais de 20 escolas de capacitação profissional dentro dos sindicatos e, no caso de Mar del Plata, onde o local ficou muito pequeno, pudemos fazer uma escola da melhor maneira possivel.

 

-Quantos filiados a UTHGRA tem?

-Filiados sindicais contribuintes, uma média de 180 mil. Registrados 220.000

 

-Os filiados contribuem com 2,5 por cento de seu salário.

-Sim, essa é a contribuição para o fundo sindical. Também contribui com 3 por cento de seu salário para a obra social. Com este fundo, mais 6 por cento com que contribuem os empresários para a obra social, estamos em condições de oferecer um serviço integral no âmbito do lazer e da saúde. Sobre este último ponto, ressalvo que não importa a complexidade da doença, a obra social paga absolutamente tudo, 100 por cento dos gastos.

 

-Na remodelação do Hotel Saxo, consideraram o funcionamento ali de uma escola de capacitação para chefs?

-Sim, uma escola do mais alto nível. Vamos ter o privilégio de dispor de uma cozinha com a última tecnologia. Já contamos com escolas de capacitação para cozinheiros e ajudantes de cozinha; agora buscamos a capacitação do chef.

Além disso, demolimos dois salões antigos e ali planejamos dois novos salões com dois andares. Serão amplos espaços para conferências ou para realizarmos atividades e congressos.

 

- Vocês consideraram a possibilidade de chegar a algum tipo de acordo com outras organizações sindicais, com o objetivo de trocar experiências?

- Sim, e minha função como presidente do setor HRCT da UITA permitiu a nós fazermos muitos contatos com importantes escolas gastronômicas do mundo, principalmente da França, Itália e Espanha, para realizar essa troca a que você se refere. Esta escola de chefs nos permitirá levar a cabo esta dinâmica onde, uma vez mais, o sindicato é quem convoca.

Gerardo Iglesias

Rel-UITA

2 de abril de 2008

 

 

 

Fotos: Emiliano Iglesias

 

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