Brasil

LER na Indústria Avícola

A Contac será recebida pelo Ministro do Trabalho

 A Contac através do seu presidente Siderlei Oliveira, acompanhado pelo presidente da Cut, companheiro João Felício, terão uma audiência com o Ministro do Trabalho Luiz Marinho, para tratar da questão do Ritmo de Trabalho no Setor Avícola.

 

 

 

Para enfrentar o vertiginoso crescimento do número de acidentados nas indústrias avícolas, provocado pela execução do trabalho repetitivo em ritmo intenso, a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac/CUT) lançou a campanha “Contra o Ritmo de Trabalho”, reivindicando uma legislação que ponha fim aos abusos do patronato.

“O aumento das exportações e do mercado interno vem acelerando ainda mais o ritmo já  incessante e insuportável de trabalho causado pela alta velocidade das nólias - correntes transportadoras onde os frangos ficam pendurados para serem desmontados”, denunciou o presidente da Contac, Siderlei Silva de Oliveira. “O carro entra em pedaços e sai inteiro, no caso do frango é o inverso, uma desmontagem onde o trabalhador fica o dia inteiro dando cortes de um mesmo jeito, o que provoca as lesões por esforço repetitivo”, lembrou.

 

 

TRAGÉDIA

 

Alertando para a gravidade do problema, Siderlei citou exemplos: “nas cidades gaúchas de Serafina Correia e Marau, há uma grande fábrica da Perdigão e temos 25% dos trabalhadores que ficaram afetados pela doença; no caso de Concórdia, em Santa Catarina, com a Sadia, o mesmo absurdo percentual se repete”.

 

Diante desse gravíssimo quadro, ressaltou, é preciso que o governo aja rapidamente no sentido de estabelecer marcos que disciplinem a profissão, “pois se havendo lei já é difícil fiscalizar, imaginem sem parâmetro”. Com esse objetivo, a CUT já solicitou uma audiência com o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para a próxima quarta-feira (19).

 

MEDIDAS

 

Entre as propostas defendidas pela Contac/CUT, destacou Siderlei, está a regulação da velocidade das nólias, diminuindo a cadência do ritmo de trabalho; a redução de horário do setor avícola para seis horas diárias; o rodízio nas funções, para mudar a posição dos movimentos repetitivos; o reconhecimento pelo INSS das lesões de tendões causadas pelos movimentos como uma doença profissional do setor e a imediata redução do ritmo de trabalho.

 

“Isso é do interesse do governo, pois é um caso de saúde pública; do INSS, que não terá de desembolsar tantos benefícios e é uma questão social também, já que o mercado internacional está buscando retaliar o mercado brasileiro com exigências de respeito à saúde dos profissionais. Esse último ponto é um enorme problema, já que a continuidade da situação nos obrigará a denunciar a questão a nível internacional e a denúncia diminuiria nossa produção e os empregos”, declarou Siderlei.

 

Leonardo Severo

17-10-2005

 

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